Hello My Friends, The New Address For Homens Maduros | Mature Men Now Is:

www.madurogay2.blogspot.com

Noticias Sobre Gays Maduros

Os gays têm muitas faces

Este artigo foi publicado noutro blog que eu assino. Depois de dois anos eu reescrevi o texto para dar aos leitores dos grisalhos a oportunidade de conhecem alguns dos meus pensamentos sobre a minha condição de homossexual.
A história se repete com todos os gays:
Porque sou assim?
Porque sou diferente?
O que eu fiz para merecer isso?
Uma única resposta:
Você é assim porque o universo conspirou a seu favor.
Aceitar a homossexualidade nada mais é do que ter amor próprio e chega uma fase da vida que aprendemos a conviver bem com a nossa sexualidade, nos acostumamos a ela e junto dela vamos tocando a nossa vida.
Então você retruca:
Eu me amo e isso não tem nada a ver com sexualidade.
Eu respondo:
Tem sim e muito. Pare um instante e pense sobre as condições na qual você viveu a sua vida inteira. Foi por ser diferente que você ouviu chacotas, piada e sofreu discriminações. Você se escondeu dos parentes, fugiu deles, foi morar sozinho, passou frio e não teve ninguém para te amparar nos momentos difíceis.
E o medo dos colegas da faculdade ou do trabalho? Da família então, nem se fala.
Foram tempos difíceis aqueles, hein!
Naquela época a sua face era de medo, ira, revolta e indignação. Você se culpava e se sentia uma aberração, tentou o suicídio para escapar do destino que a natureza te reservou.
Você fez de tudo para mudar a sua orientação sexual, mas o seu desejo era mais forte e na calada da noite você escapava para procurar homens de corpos másculos, de pele rústica e bem dotados.
Você tentou religião, psicólogo e até pai de santo, mas nada contribuiu para você mudar.
Durante muitos anos você teve medo que a sua face te denunciasse. Você vivia se policiando e ensaiando discursos com a voz rouca e sem afetação.
Você se lembra de quantas oportunidades você perdeu na vida, por ser gay?
Você deixou de amar um parceiro por escolhas que foram contra a sua vontade.
Você abandonou o barco na hora da chegada ao cais do porto após uma longa tormenta.
Mas deixa prá lá, já passou e não dá para voltar ao passado e reescrever a sua historia.
Como disse Chico Xavier: Mas dá para começar a escrever um novo FIM.
Durante a vida você criou muitas faces e na velhice ela ainda não é definitiva, porque você ainda tem resquícios da “não aceitação”, mas você se acostumou a ela.
Você não precisa assumir para os outros, você tem que assumir para si e mais ninguém. Essa condição já é meio caminho andado para você ter uma face plena e feliz.
Qual é a sua face hoje?
De um senhor educado, idôneo e respeitado?
De um ser humano do sexo masculino genérico?
De um ser Inteligente e de fino trato? Triste ou feliz?
Realizado ou frustrado?
Ou de um ser humano medroso e acuado pelas circunstâncias da sua vida?
Enjaulado como animal selvagem num zoológico ou preso dentro da sua própria casa?
Não importa se você é bear, daddy, barbie, bissexual, travesti ou drag. Nem se você é efeminado ou de gênero masculino.
Importa o ser humano por traz da sua face – Frágil e carente.
Preste atenção e observe quantas faces você teve até aqui – Você é um camaleão.
Nessa altura da vida pouca coisa importa, e a face é uma das poucas coisas importantes. Ela decodifica e mostra para os outros quem você é de verdade.
Não se preocupe porque ela não vai transmitir aos outros se você está de bem com a vida, com boa saúde ou se está em PAZ.
Uma ou cem: escolhe quem as tem!
São muitas as faces dos gays
a ostentar preconceitos, produzir enganos
ser essência do amor, ou ápice da frustração.
Quando você puder, pare e se olhe no espelho.
Não sinta culpas e tente transformar a sua face numa face que resplandeça alegria de viver.
Os gays têm muitas faces e a mais bonita de todas é aquela que mostra o ser humano que você é.
A face definitiva é aquela que você aceita e que será a máscara mortuária da sua existência.

Os gays em 2012

O ano novo traz muitas promessas de mudanças de hábitos. Parar de fumar, de beber, perder peso, trocar de carro, de casa, de trabalho, etc.
Para os gays o que vai mudar?
Evoluímos lentamente para direitos iguais, sem discriminação, com proteção e menos homofobia. Ah! tem também os direitos civis e a união  estável.
Ontem um amigo me perguntou quem eu quero ser neste ano e eu respondi:
Eu quero ser eu mesmo. Quero aperfeiçoar algumas coisas pendentes, continuar trabalhando, aproveitar as horas livres para viagens com o meu companheiro, leituras e bons filmes.
Os gays mais experientes já sabem que nada muda e não temos como ser diferentes do que somos.
Eu espero menos violência contra os gays e menos intolerância.
Eu quero ser um gay que compartilha experiências através deste blog, porque essa é uma forma de socialização. Um trabalho social que completará três anos no final de janeiro.
Quero ser diferente em algumas coisas que eu acredito, como por exemplo, ampliar o alcance do blog para além das fronteiras brasileiras, para além mar. Nossos colegas lusitanos também têm muitos problemas comuns aos nossos. Aliás, os problemas dos gays maduros e idosos são iguais em qualquer parte do mundo!
Quem você quer ser em 2012?
Eu espero que nessa pessoa que você quer ser neste ano tenha espaço para um ser humano gentil, menos problemático, com menos traumas ou doenças próprias da idade e com muita vontade de viver uma vida digna, preferencialmente, com um companheiro para dividir bons momentos.
Talvez algumas mudanças físicas e comportamentais: mais gordinhos, mais grisalhos e talvez carecas. Nem por isso estaremos na mídia e ficaremos longe da badalação do mundo gay porque somos de uma época onde a discriminação era muito forte.
Já não cultuamos o corpo e a juventude, buscamos relações estáveis para compartilhar momentos de prazer a dois. Ampliamos nossos conhecimentos com a Internet, interagimos em redes sociais e buscamos não ficar sozinhos.
E assim, viveremos mais um ano de muitos sonhos e esperanças.

 Filme Beginners.

No último domingo Christopher Plummer arrebatou a estatueta do Globo de Ouro, de melhor ator coadjuvante.
Vale destacar alguns comentários do ator durante a premiação:
“Os personagens gays são apenas seres humanos. Somos todos iguais. É assim que eu interpretei o personagem (Hal), não como uma caricatura “, disse Christopher Plummer nos bastidores do Globo de Ouro no domingo.
“Homossexuais são parte da sociedade desde os egípcios e dos gregos … É parte da natureza humana”.
No Brasil o filme saiu com o título Toda Forma de Amor e será lançado em DVD no dia 29 de fevereiro 2012.
Com o prêmio do ator, possivelmente, o filme volte ao circuito comercial.
O filme é um drama, mas com muito humor e sinceridade – Não deixe passar.

 

 

Gays maduros e o verão 2011–2012

Com a proximidade do verão brasileiro os gays se preparam para ferver, tomar sol, beber, dançar e fazer muito sexo – O verão é a estação do amor!
No período que se inicia no dia 21 de dezembro até o final do verão, o mundo gay se coloca em movimentos constantes.
Os destinos preferidos são as praias, principalmente, nas cidades do Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Florianópolis e algumas praias do litoral paulista e do nordeste.
Neste ano eu recebi uma centena de e-mails com pedidos de ajuda, para indicar locais onde encontrar os gays maduros e idosos – Eu já escrevi outro post em janeiro 2010, leia: Gays maduros e o verão
Primeiro, são pouquíssimos os locais de frequência dessa população. Você vai encontra-los circulando por espaços públicos e fora dos guetos. Até os guetos ficam esvaziados durante o verão.
Eu já escrevi aqui no blog sobre o isolamento social dos gays maduros e idosos, mas existe uma parcela desses gays que circularão pelo Brasil em viagens de férias. Hoje os gays são privilegiados, pois com o mundo mix, temos agencias de viagens especializadas, locais e hotéis friendly, entre outras facilidades.
A orla das praias é um excelente local para encontrar gays disponíveis para um papo, sexo e relacionamento.
Os points na orla das praias nascem e morrem a cada estação. O que foi sucesso no verão passado, talvez hoje não exista mais.
O verão se inicia praticamente no Natal e nesta época os gays mais velhos não tem muito o que comemorar e muitos preferem se isolar porque estão distantes da família ou não tem mais parentes vivos e os poucos amigos estão saindo de férias.
Os gays que tem relacionamento estável preparam sua ceia de Natal e convidam os amigos, também, com parceiros fixos – É a substituição da entidade familiar por uma entidade de afinidades.
No ano novo o clima é diferente. Os gays querem sair, curtir festas públicas, eventos culturais, música ou festas particulares promovidas por amigos.
O ritual de passar o réveillon nas praias não é privilégio dos heterossexuais. Os gays fervem nas praias do litoral brasileiro e com o raiar do sol do primeiro dia do ano novo, surgem novas esperanças de dias melhores, bons empregos, dinheiro e se possível com um novo companheiro para dividir bons momentos de prazer, satisfação, alegrias e a certeza de que se não encontrou o parceiro ideal pelo menos viveu bons momentos de prazer.
O verão é uma estação mágica que transforma nossa vida, nos dá esperanças de viver dias maravilhosos, um mundo perfeito onde o homossexualismo não é crime, doença ou aberração da natureza e de quebra nos faz sonhar, os sonhos mais simples e puros.

A vida dupla de um gay maduro


Os heterossexuais casados fazem sexo fora do casamento e não contam para as esposas, porque as sociedades ocidentais não admitem bigamia, o que é um crime. Imagine então, os gays ou bissexuais casados numa relação homossexual?

Devido às pressões da sociedade, da família e da igreja, os gays se casam e tem filhos. A maioria sofre com essa condição porque os seus desejos homossexuais ficam adormecidos.
Muitos gays procuram saciar seus prazeres buscando relações sexuais eventuais e sem compromisso e às escondidas em saunas, cinemas e banheiros públicos - Hoje até a Internet é um local para buscar parceiros para o sexo.

Uma situação ainda mais complexa e delicada nem é o sexo sem compromisso, mas quando há o envolvimento emocional, a paixão e o amor. Situações dessa natureza podem virar um furacão e tem força para destruir lares, vidas e pessoas.

A história a seguir é verídica e mostra como uma paixão avassaladora pode causar tantos estragos.

Eu conheci o Meireles em 1979 - um homem de 60 anos de idade, casado, dois filhos, um neto e residente no Rio de Janeiro. Ele nem imaginava que podia se apaixonar por um homem. No começo ficou assustado, mas a atração física e emocional foi mais forte e ele se envolveu completamente.

Durante um ano ele viajou para São Paulo quase todos os finais de semana para encontrar o seu amado. Aquela relação era muita louca, movida a álcool, sexo e até drogas. Meireles fazia de tudo para oferecer ao amante as melhores condições materiais, para ambos, desfrutarem momentos íntimos.

Meireles era um homem inteligente e encarou essa descoberta como uma das muitas variáveis da sexualidade humana. Era difícil para ele viver aquela vida dupla e nem cogitava contar para a família. Naquele período as desculpas e mentiras eram constantes, mesmo havendo liberdade e confiança entre o casal que estava casado há mais de 30 anos.

O envolvimento foi tanto, que ele até inseriu o amante no seu círculo familiar, utilizando um álibi ingênuo. O álibi consistia em associar o seu amado como um conhecido de um grupo de outros gays maduros, sem trejeitos efeminados e identificados como “solteirões de São Paulo”.

Tudo ia bem, até que um dia o amante, telefonou para a esposa e disse que o Meireles era o seu homem.
Eu nunca soube os detalhes da conversa, mas a separação foi inevitável.

Uma vez ele me confidenciou que os seres humanos não tem controle sobre as coisas do coração e ele jamais imaginava que depois de velho fosse se apaixonar por um homem, porque durante a sua vida de casado foram poucas relações homossexuais.

O Meireles também pesquisava muito e não se contentava com respostas prontas e acadêmicas - numa outra vez tomando um Chopp num bar de São Paulo ele discorreu sobre a possibilidade da origem da homossexualidade e da bissexualidade estar vinculada a algum gene que num determinado momento se manifesta e desperta todos os seus instintos sexuais – Naquela época os estudos da genética estavam engatinhando.

Após o fim daquele relacionamento louco que durou pouco mais de dois anos, ele teve algumas relações sexuais eventuais, mas nunca mais se apaixonou.

Nosso vínculo de amizade terminou gradativamente com as suas viagens esporádicas a São Paulo. No último encontro em 1992, ele já não tinha mais interesse em viver uma vida gay e disse que o melhor era aceitar tudo o que aconteceu e tentar recomeçar a vida, mesmo na velhice e sozinho ou pelo menos com algum convívio familiar, principalmente, com os netos.

O amor e o sexo eram apenas miragens de um tempo maravilhoso e inesquecível nas lembranças e memórias de um senhor de 72 anos.
O seu amado e amante morreu de AIDS em 1988, com trinta e seis anos de idade.

Gays seduzidos por homens peludos

Nas comunidades gays os homens peludos são chamados de Bears ou Ursos.
As características que definem o Urso além dos pêlos são: usar barba, bigodes, ser gordo ou gordão, barrigudo, coxas grossas e peludas – tudo isso muito semelhante ao animal Urso.
O homem gay ou heterossexual pode ser imberbe, ou sem pêlos, possuir muito ou poucos pêlos, inclusive no rosto; também, pode ter muito cabelo, pouco ou ser calvo.
Quando envelhecemos nossos pêlos ficam brancos e podemos ter o cabelo normal, ficar careca, ou parcialmente calvo.
O gay brasileiro que gosta de homens maduros têm preferências por homens com pêlos, mas não necessariamente o Urso e a maioria prefere homens que não sejam muito gordos.
Meu atual companheiro é um Polar Bear de 64 anos e 104 quilos – isso quer dizer que ele têm muitos pêlos brancos, por isso é um Urso Polar.
O calo sexual de qualquer gay maduro é a sua barriga, mas sem exageros – se tiver pêlos no peito melhor ainda. Os admiradores de maduros tem tesão por homens de pele clara, não tão brancos ou caucasianos, mas um moreno claro. Outra parcela dos gays gostam de morenos mais escuros e de negros.
Possuir ou não pêlos no corpo depende das nossas origens e dos nossos ancestrais – uma questão de DNA.
Observe um gay maduro e se ele tiver uma leve calvície com certeza possui pêlos no corpo, assim como o grisalho da foto deste post.
Hoje existem até os adeptos do clear shaving que nada mais é do que raspar os pêlos pubianos, como uma forma de higiene, mas os praticantes do shaving raspam os pêlos para fazer sexo, tanto oral como anal, além de uma falsa impressão de possuir um pênis maior.
As preferências de cada um são únicas e posso dizer que existem gays para todos os gostos, mas os peludinhos ainda são os campeões de audiência nas comunidades gay de homens maduros e idosos.
Bom final de semana para vocês!!

Gays maduros e a pegação em cinemas.

As Definições e a história:
Pegação é uma gíria gay que traduz um local de encontros entre homens, lugares de paqueras entre homens, para sexo casual.
Nas capitais brasileiras de norte a sul do Brasil existiu um dia ou ainda existem esses cinemas.
Os cinemas de pegação estão associados à exibição de filmes de sexo para heterossexuais e teve o seu apogeu nos anos 70, com a massificação da pornochanchada brasileira e continuou nas décadas de 80 e 90 com os filmes de sexo explícito.
A freqüência é quase absoluta de homens à procura de homens para o sexo casual. Nesses locais você encontra homens de todas as classes sociais, mas predominam os de baixa renda, desempregados, bissexuais, casados, viúvos, gays, jovens, idosos, garotos de programa, além de drogados, tarados, doentes mentais e assaltantes.
Os cinemas estão localizados na região central das capitais ou cidades do interior – o chamado ”centro da cidade”, em áreas degradadas e sem nenhuma segurança, nem controle da vigilância sanitária, além de serem locais muito perigosos.
Os contatos e encontros:
Nos cinemas de rua o primeiro contato ocorre no próprio banheiro do cinema através de olhares ou da exposição do pênis aos interessados.
Na sala de exibição os homens mudam de poltrona a todo instante na expectativa de encontrar o homem certo para o contato físico e verbal – é uma verdadeira feira do sexo, homens percorrendo os corredores da sala escura à procura de parceiros.
O contato físico ocorre nas poltronas, com um ou ambos os parceiros se tocando e buscando o pênis do outro para saber o tamanho e sentir a ereção. É um contato de conhecimento e descobertas, além da definição do que cada um quer do parceiro – chamo isso de identificação dos papeis – ativo, passivo ou ambos.
Não havendo interesse um dos homens se levanta da poltrona e recomeça a procura por outro parceiro. Ocorrendo o aceite no contato físico e verbal, o sexo pode ocorrer ali mesmo na poltrona com masturbação e sexo oral, nas cabines do banheiro do cinema, com atos de penetração anal, e por último a mais perigosa das situações: o convite para sair e ir para um hotel ou motel.
Tenho notícias de conhecidos que são viciados em cinemas de pegação, com uma freqüência absurda de três ou quatro vezes por semana, fora aqueles que ficam de duas a cinco horas por dia dentro do cinema.
As transformações:
Com a falência dos cinemas de rua no final dos anos 90 e a transferência das salas para Shopping Center, o cenário mudou bastante, mas a pegação rola solta, tanto nas salas de exibição como nos banheiros.
Ainda existem salas de cinema nas ruas, mas destinados, exclusivamente ao cine pornô que apresentam strip-tease ao vivo de mulheres. Essas salas estão localizadas nas chamadas “boca do lixo” das cidades.
Especificamente, os gays maduros e idosos freqüentam os cinemas com regularidade e é possível encontrá-los nas salas de espera em sessões matutinas e vespertinas, mas à noite eles praticamente desaparecem, ou são vistos acompanhados de amigos.
Com a intensa fiscalização das salas de exibição dos shoppings e dos banheiros, os contatos são exclusivamente, verbais e sem os contatos físicos dos cinemas de rua, mas o risco sempre existe porque os maduros e idosos estão expostos à prática do sexo casual com estranhos em hotéis, motéis e na sua própria casa.
Portanto, todo cuidado é pouco, porque nunca se sabe qual a intenção de parceiros recém conhecidos – não deixe que o tesão do sexo casual fale mais alto do que a razão.

Os grisalhos gordos – fat daddies

Eles estão muito acima do peso, geralmente sofrem de pressão alta, problemas cardíacos, falta de ar e até obesidade mórbida, mas ainda assim são cobiçados por muitos homens no meio gay – são os gordões ou fat daddies.
Na comunidade gay os maduros e idosos gordos são minoria e quase não são vistos socialmente, exceto, os gordos que chamamos de ursos. Os seus hábitos são diurnos e poucos freqüentam locais GLS.
Esses gays sofrem muita discriminação e são motivo de piadas no meio gay, porque devido ao seu biotipo são vistos como gays passivos e muitos associam o tamanho do corpo com o tamanho do pênis, ou seja, corpo grande, pênis pequeno.
Na Internet é possível encontrá-los em salas de bate papo à procura de aventuras virtuais onde suas fantasias são expostas sob um disfarce, onde ocultam parte do corpo para não afugentar os interessados. Isso é muito comum no Brasil.
Támbem, não é regra, mas as fantasias vão muito além da normalidade, muitos são viris, gostam de ser “ativos” e por desconhecer a natureza individual de cada um há uma tendência de julgá-los como dóceis e inofensivos, mas acima de tudo os gordos são alegres e divertidos.
No Brasil não há muitas informações sobre os gays com essas características, mas na américa eles já sairam do armário há muito tempo.
Tem uma comunidade online chamada BiggerCity que é exclusiva para os admiradores de homens gordos.

Gay maduro e as posições para o sexo

Com a proximidade do final do ano, o início das férias e durante o verão as pessoas ficam mais soltas. Nessas ocasiões você pode encontrar um companheiro para um relacionamento e até uma relação sexual.
Estar em dia com informações sobre sexo é muito bom, para não cometer gafes.
Na imagem a seguir uma forma didática sobre as posições para o sexo:
 

Os caminhoneiros gays

Os caminhoneiros despertam nos gays fantasias sexuais vinculadas às características da profissão. O fetiche é muito forte porque os gays imaginam os caminhoneiros como homens viris, peludos, sempre viajando por lugares diferentes, as histórias do seu dia-a-dia, os puteiros que devem frequentar e os amores deixados para trás.
A curiosidade que povoa as mentes dos gays está relacionada com SEXO e PERIGO. As beiras de estrada, o banheiro dos postos de combustível, paradas para descanso, viagens noturnas, o motel, o matagal e a boleia do caminhão.
Por ser um viajante solitário imagina-se que o caminhoneiro está sempre pensando em sexo e que seus companheiros de viagem são travestis e prostitutas, mas há que se considerar que eles são seres normais e tem família, mulher e filhos.
É óbvio que existem gays entre os caminhoneiros, mas a coisa é muito velada, porque se vive num ambiente predominantemente machista e com baixo nível de instrução escolar. Mas esse cenário está mudando devido às muitas exigências de qualificação profissional, conhecimentos técnicos específicos, rastreador por satélite e até defesa pessoal e porte de arma contra roubos de carga.
Eu tive a oportunidade de transar com um caminhoneiro de uns 60 anos e posso afirmar que não foi nada tão especial ou inesquecível, até porque ele fez o passivo e isso não combina com a imagem do machão arrombando o seu rabo e cheirando a suor e nicotina.
Mario era um amigo que faleceu em 1992 – Pelo menos uma vez por semana ele saia de carro à noite e ia para um posto de descanso na avenida marginal do Rio Tietê ou na via Dutra na cidade de São Paulo e lá encontrava vários caminheiros gays, com quem passava boa parte da noite, após uma relação sexual eventual em motéis da região.
Estatísticas indicam que existe hoje no Brasil, 1,5 milhão de caminhoneiros e esse contingente cresce na proporção de 10% ao ano. Portanto, se 8% desses homens tiver orientação sexual homo ou bissexual, isso dá uma média de 120 mil homens disponíveis no mercado da paquera e do sexo gay.

Procura-se Homem Maduro

Anúncios comuns na Internet:
  • Procuro homem gay maduro, discreto e fora do meio – Procura-se um extraterreste.
  • Procuro homem até 65 anos e que seja sigiloso – Procura-se um espião da guerra fria.
  • Procuro homem maduro e não efeminado – Procura-se um heterossexual ou o próprio pai.
  • Procuro maduros sérios e não assumidos – Parece que a maioria dos gay são humoristas e complexados.
  • Procuro homem maduro que seja companheiro – Procura-se um animal de estimação.
  • Procuro gay maduro educado e culto – Procura-se um imortal da Academia Brasileira de Letras.
  • Iniciante procura homem maduro e gostoso – Procura-se por uma fruta tropical.
  • Procuro homem casado para relacionamento – Procura-se por um marido infiel
  • Procuro senhor maduro e bonito – Procura-se o Sean connery.
    Quanto besteirol…..
    Tenho a impressão que os gays que procuram homens maduros não querem um gay, mas um hétero, que tem comportamentos de hétero e que freqüentem lugares heteros.
    Que sejam gays apenas na cama e não na sociedade.

 

As famílias gays

Eu sempre brinco com o meu companheiro. Digo pra ele: Você é a minha família.
Eu ainda tenho pai vivo e alguns irmãos, mas eu prefiro manter-me distante deles e faço visitas eventuais.
Depois de mais de 30 anos eu aprendi a viver minha vida longe da família. Nessas três décadas eu colecionei outras pessoas que substituíram os parentes. Assim, eu posso afirmar que tenho uma família gay. Ela não é grande e se resume a duas ou três pessoas – Pra mim isso basta para eu ter uma vida boa e ser feliz.
Na verdade eu criei uma segunda família para não ficar sozinho e porque o gay precisa socializar e manter vínculos afetivos com pessoas com os quais tem afinidades – Isso é família.
Uma família gay se resume a duas pessoas do mesmo sexo e sem filhos. Hoje muitos casais já batalham para adoção de crianças, mas enquanto isso não acontece, a família cresce apenas quando outro gay é incorporado ao grupo. Seja um amigo próximo, um vizinho ou um parente autêntico que aceita a sexualidade de um dos membros do grupo. Tem também, aquele gay mais velho que num grupo restrito de amigos se permite ser chamado de “tia” ou “tio”. Não é pejorativo.
Nesta época de Natal as famílias se reúnem para festas e troca de presentes. Nesses dias muitos gays fazem exatamente o que todas as famílias, tradicionalmente, estão acostumadas a fazer – A Ceia de Natal, encontros para um bom papo e réveillon com a sua “família gay”.
Sempre ouvimos ou lemos que os gays são sozinhos, solitários, depressivos, excluídos, abandonados e isso pode até ser verdade, mas existe uma parcela de gays, principalmente, maduros e idosos que estão socializando, se enturmando e criando os seus vínculos familiares.
Ontem à noite o meu vizinho veio me visitar. Ele tem 75 anos, é gay e mora sozinho. Como ele mesmo diz: Estou momentaneamente só, estou dando um tempo. Ele tem uma vida plena e muito ativa. Se você procura-lo em casa não vai encontrar porque ele está sempre socializando. Faz trabalho voluntário, frequenta academia, faz hidroginástica e vive circulando por cinemas e teatros de São Paulo. Basta uma dica de lazer e lá vai ele com a sua turma “gay” de idosos – uma verdadeira família!
Bem, o motivo da visita foi porque ele preparou um pão de natal e veio compartilhar comigo. Isso é gratificante porque nos une não apenas pela amizade, mas de uma forma muito intima e familiar.
O que falta para melhorar os nossos vínculos sociais e afetivos é não termos medo. Veja, você não precisa sair do armário para ser feliz. Basta viver uma vida normal. O mundo mudou, mas na nossa cabeça ainda vivemos reprimidos. O medo se instalou de uma forma tão profunda que muitos gays não conseguem se libertar.

Socializar faz bem e ajuda a combater o medo. Socializando vemos o mundo de outra forma, aprendemos como viver uma vida normal sem neuras e aos poucos criamos os alicerces de uma família gay.
A família gay é um novo modelo que ganha maior visibilidade. Hoje temos chefes de família gay, o que acentua a polêmica sobre princípios morais que são usados para educar uma criança. Hoje é comum ouvir que o “seu pai é gay”.
O dia-a-dia dos gays é muito diferente dos discursos ferinos, caricatos e debochados do orgulho gay. O outrora orgulho de estar à margem de valores da sociedade pejorativamente tradicional teria sido substituído pela “caretice hetero familiar”?
Para entender melhor o que eu escrevi neste post eu recomendo a você ler After de Ball, um livro de Kirk & Madsen, os geniais ideólogos de Harvard do movimento gay masculino americano.


A irresistível ascenção do Gay Power

Há 30 anos era inimaginável pensar que um dia qualquer gay pudesse se destacar na política, imagine então, um primeiro ministro de um país?
Ontem o Rei da Bélgica, Alberto II, nomeou o socialista Elio Di Rupo para ser o primeiro-ministro daquele país. Élio tem 60 anos, é gay assumido e desde os aos 1980 é militante político.
As questões gays são bem avançadas na Bélgica, o casamento igualitário já existe por lá há anos. Agora o país terá um homossexual no comando, o que é sempre bom de se ver.
Depois das mulheres e dos representantes das minorias étnicas, um terceiro grupo de “outsiders” políticos começa a se impor na Europa: o dos líderes que assumem ou pelo menos não escondem a sua homossexualidade.
Não se trata já do “poder gay” invocado em grandes passeatas pelos militantes monotemáticos, cujo ativismo político era definido pela sua sexualidade e cujo programa se limitava a “apoiar a causa” – como Peter Tatchell, o único ocidental a ter tido a coragem de atacar Robert Mugabe, o mais homofóbico dos ditadores africanos, contra quem lançou um “mandato de detenção cidadã”.
São políticos de primeiro plano e grandeza cuja sexualidade é – em graus variáveis – apenas um dos elementos do seu combate político. Este é o caso de Elio Di Rupo.
Que os bons ventos soprem no mundo e que a sexualidade não seja empecilho para a evolução dos seres humanos.

Porque os gays maduros são assim?

Eu recebo diariamente no meu e-mail vários relatos de gays que tem dificuldades em relacionamentos com gays maduros e idosos.
A maioria desses gays reclama da vulgaridade e da falta de interesse dos mais velhos. Na visão deles os gays idosos querem apenas sexo.
Alguns chegam ao extremo de classifica-los de egoístas, materialistas, insensíveis, aproveitadores e safados.
Para tentar entender esse fenômeno eu fui a campo pesquisar e conversar com os gays maduros, para ouvir o que eles têm a dizer sobre o assunto.
  1. José Carlos disse que aos 65 anos de idade não espera mais nada relacionado com sentimentos. Isso porque após várias desilusões deixou de acreditar em relação estável e busca o sexo sem compromisso, para satisfazer os seus desejos.
  2. Francisco tem 62 anos e descobriu a Internet como uma porta para expor a sua sexualidade reprimida durante décadas. Ele vive dentro do armário e passa os seus dias conectado na web buscando parceiros para sexo casual, mas devido à distância e alguns fatores de segurança, acaba fazendo sexo virtual quase todos os dias.
  3. Orlando é um idoso de 70 anos, romântico, sensível e que ainda acredita que o amor é mais importante que o sexo. Manteve uma relação estável por mais de 30 anos e após a morte do parceiro ficou sozinho, mas não abre mão de buscar um parceiro para viver os últimos anos de vida.
  4. Mário Cesar tem 55 anos e há um ano está aposentado. Prioriza a qualidade de vida e busca parceiros casuais porque não acredita em relação estável. Gosta de sair para as baladas, frequenta bares e points gays e se reserva o direito de selecionar as suas amizades, além de preferir relações abertas;
  5. João gosta de jovens na faixa dos 18 anos e sabe que aos 68 anos não vai encontrar um garotão para uma relação estável. A relação é comercial e ele paga para ter momentos de prazer. Ele sabe que a relação com jovem não dura mais do que um mês.
Esses cinco relatos são uma síntese da realidade dos gays maduros e idosos. Existem outras situações, mas eu acredito que a mudança comportamental é decorrente de uma série de fatores, conforme relato a seguir:
  • Os gays na maturidade ficam mais seletivos. Criam um circulo reduzido de amigos com afinidades. As desilusões da vida tornam o gay maduro mais realista e menos sonhador.
  • O individualismo fecha portas para relações estáveis e o pagamento de favores sexuais é encarado como prestação de serviços. Os gays estão procurando satisfazer os seus prazeres reprimidos durante décadas de vida.
  • No mundo atual ninguém quer perder tempo com relações complicadas e neuróticas. O hedonismo se acentua na velhice e a maioria dos gays sabe que no “mundo gay” as aparências ainda contam mais do que sentimentos.
  • Os traumas e frustrações individuais do cidadão gay na velhice contribuem para o endurecimento do coração e consequentemente as questões da afetividade ficam em segundo plano.
  • Solidão, depressão e doenças psicológicas favorecem o isolamento social do individuo gay.
  • As relações abertas não permitem fixar-se num parceiro;
  • As tecnologias do mundo moderno proporcionam ao gay uma infinidade de interações sociais, mas são relações frias, abstratas e sem o contato humano.
  • As condições socioeconômicas separam os gays em castas. Um abismo separa as classes sociais e os indivíduos gays que gostam de homens mais velhos não conseguem ultrapassar o abismo que os separa.
  • O gay maduro quando quer sexo ultrapassa facilmente o abismo e traz para a sua realidade o gay de classe social inferior.
  • A diferença de idade e de valores é um complicador entre os parceiros;
O que está acontecendo no Brasil é semelhante às mudanças comportamentais e sociais que ocorreram na América nos anos 70.
O cidadão gay se aposenta e se estabelece financeiramente. Ele tem conforto, boa alimentação, planos de saúde e sai para viajar na companhia de amigos.
Participa de eventos culturais, frequenta academia, está plugado em tudo o que acontece no mundo e não se mistura à “turma” gay dos guetos.
O gueto ficou no passado e deixou de ser um espaço de socialização e passou a ser apenas uma referência para o SEXO – Cinemas de pegação, saunas e banheiros.
O gay maduro ou idoso se sente deslocado em frequentar espaços gays, porque não tem mais atrativo físico e ainda pode ser discriminado por ser “velho”.
De tanto levar bordoada o gay maduro trocou os valores dos sentimentos pelos valores dos prazeres sexuais. Ele não quer perder tempo, porque o tempo é escasso.
O parágrafo anterior não invalida as relações entre parceiros. É óbvio que existem casais se relacionamento com afetividade.
Outra situação que se percebe é o aumento das relações estáveis entre parceiros maduros e isso é cada vez mais frequente dada às circunstâncias e preferencias.
Eu costumo dizer:
A época de ouro do romantismo acabou. Foi-se o tempo quando paquerar, conversar, trocar ideias, se conhecer, investir em relacionamentos eram valores importantes.
Os gays maduros e idosos são assim, porque esse é um processo de VIDA que se renova todos os dias.
É preciso compreender e entender o conjunto de fatores que levam o gay na fase madura da vida a fazer suas escolhas de forma a assegurar para si as melhores condições.

Gay idoso e a pedofilia

No último sábado, a Justiça dos EUA decretou a prisão do ex-assistente técnico de futebol americano universitário Jerry Sandusky (no centro da imagem). Ele teria molestado oito garotos em 15 anos.
Parte desses crimes teria acontecido enquanto Sandusky trabalhou na comissão técnica da Penn State, uma das dez universidades que mais formaram atletas para a NFL, a liga profissional de futebol americano dos EUA.
Esse episódio não é um caso isolado. A pedofilia praticada por homens maduros e idosos contra garotos não é rara e o índice é até maior do que a pedofilia de heterossexuais.
Pergunto: Porque esse índice é maior no universo homossexual, se o contingente de gays em relação aos heteros é de 1 para 10? Eu não sei a resposta.
Pra mim a pedofilia não é uma preferência como dizem alguns, mas uma doença, assim como tantos outros desvios de comportamento que envolve a prática sexual.
Não tem gay que gosta de fazer sexo com animais? Com árvores? Com objetos inanimados?
Hoje a pedofilia virou uma paranoia globalizada e quem sabe num futuro próximo os conceitos atualmente atribuídos a esse desvio comportamental tenha outra conotação.
O homossexual pedófilo nasce pedófilo e morre pedófilo.
Desculpem-me os leitores, mas eu sou 100% contra a pedofilia, seja ela de gays ou de heterossexuais.
A pedofilia gera traumas nas crianças e adolescentes, para o resto da vida.
A pedofilia é responsável por suicídios e mortes prematuras.
Eu mesmo tive assedio de homens gays quando eu tinha entre 10 e 13 anos.
Um era professor de uns 45 anos, outro era funcionário público do Fórum de São Paulo e outro era profissional liberal. Esse último foi com quem eu tive as primeiras brincadeiras de fato – A iniciação homossexual.
Quantos de vocês não tiveram experiências semelhantes às minhas?
Eu nunca senti culpas porque eu me deixei seduzir e naquela época eu sabia o que estava fazendo (eu era safadinho), mas a maioria das crianças e adolescentes não sabe e tem um choque ao ter o contato com o pedófilo quando o ato sexual se consuma.
Ter preferências físicas e sexuais por homens mais jovens não é problema. Tem que saber separar, não por idade, mas por maturidade mental.
Já tentei avaliar porque a pedofilia existe e nunca cheguei a alguma conclusão definitiva.
Não sei se existe relação de afeto (papeis de pai ou companheiro), porque na pedofilia sempre existe a violência física – vide o filme “má educação” de Almodóvar.
As brincadeiras sexuais entre os pedófilos gays idosos, nem sempre envolve penetração e restringe-se aos toques e masturbação da genitália. É o famoso: “molestar garotos”.
A sedução dos garotos ocorre de acordo com o meio ambiente nos quais estão inseridos os personagens: criança e adulto.
Essa mesma sedução sempre tem uma moeda de troca. Seja um presente, um agrado ou mesmo, o dinheiro. Em algumas situações não tem moeda de troca; é o poder pelo poder, a força pela força, a chantagem pela chantagem. São os casos de pedofilia no ambiente da igreja católica e nos ambientes dos esportes coletivos.
Os pedófilos gays usam as mesmas técnicas de sedução dos pedófilos heterossexuais. A única diferença é a preferência pelo gênero: masculino ou feminino.
Você já parou para pensar: será que existe pedófilo bissexual? eu acho que sim, mesmo sendo uma minoria.
Bem, este assunto é extenso, complexo e cada um tem uma opinião.
Hoje todos estão aptos para comentar e falar sobre pedofilia e defendem suas posições, todos exceto os adultos que se interessam por crianças – Júlio Severo.
Lembro que na Grécia antiga a pedofilia não era crime, porque a sociedade grega dava mais importância à formação intelectual do indivíduo e o sexo era apenas uma parte da vida dos seus cidadãos.
Hoje a pedofilia é crime por critérios científicos da medicina e psicologia, jurídicos e religioso.
E assim, a vida segue…

Gay maduro de cama, mesa e boteco

Em março de 2010 eu publiquei um artigo noutro blog sobre o tema deste post.
A ideia surgiu quando eu vi um anúncio na Internet de um gay procurando um gay maduro para relacionamento e que fosse bom de cama, de cozinha e de boteco. Pode?
O que me chamou a atenção nem foi a cama e a mesa, mas o boteco. Não é nenhuma novidade que gays frequentem botecos e neste universo são gays másculos e sem o esteriótipo do gay “fervido” ou com trejeitos que os denuncie.
Em São Paulo tem um bar que chamam de “bar dos amigos”, fica na Rua Bento Freitas no centro da cidade. Lá todos os dias sempre têm algum gay maduro ou idoso circulando e tomando uma cerveja. Um amigo até chamou o bar de “clube dos bolinhas gays“.
Os frequentadores chegam dos vários bairros da cidade, da zona leste à zona oeste, de norte a sul, além dos moradores do próprio bairro. De vez em quando um visitante chega de outra cidade ou estado.

O boteco é mais movimentado a partir das quintas-feiras, porque coincide com os bailes do ABC Bailão, conhecido reduto de gays maduros e idosos.
O grande movimento do bar , também, acontece nas noites de sexta-feira. Por lá uma turma que joga futebol se encontra para bater papo, beber e paquerar. No sábado à tarde tem um movimento moderado e o que percebo são alguns casais sentados nas mesinhas da calçada tomando cerveja e se divertindo. Alguns mais alegres, se abraçam e se beijam ali sob olhares curiosos dos transeuntes.
Não muito longe dali no Largo do Arouche tem um tradicional boteco que se mantem vivo desde os anos 80, é o Bar Trabuco. A freguesia tem as mesmas características do bar dos amigos. Na Rua Vieira de Carvalho tem o Bar Avenida, outro reduto gay com cara de boteco.
A vizinhança desses botecos já está acostumada, porque o Bairro da Vila Buarque é conhecido como um reduto gay e talvez no futuro será o primeiro bairro, exclusivamente, gay de São Paulo, semelhante aos bairros gays dos Estados Unidos, Canadá e Espanha.
Quando alguém procura um parceiro para cama, mesa e boteco ele está à procura de um homem comum que seja um bom amante e que gosta de beber e de sair para os bares.
Isso muitas vezes pode ser ruim, porque sempre rola muito mais do que conversas e pode gerar ciúme e até brigas, principalmente se o consumo de bebidas for exagerado e algum dos parceiros ficar bêbado.
Se você freqüenta botecos gays, fica conhecido de todos e às vezes passa uma imagem distorcida e errônea de quem você é. Nos bares as fofocas e boatos rolam soltos e todos colocam as notícias em dia. Eu não tenho nada contra, sabe-se que os freqüentadores de botecos gays querem diversão, paquera e muita bebida – uma forma de passar o tempo e fugir da solidão, além de socializar.

Saúde mental dos gays na velhice



Na velhice os transtornos mentais são frequentes, tanto entre os heterossexuais quanto entre os homossexuais.
Existem poucos estudos sobre o assunto, mas alguns psicólogos, psiquiatras começam a fazer estudos mais aprofundados sobre a saúde mental dos gays idosos do sexo masculino e feminino.
Os transtornos mentais mais frequentes entre os gays são:
  1. Transtorno depressivo maior;
  2. Transtorno de ansiedade generalizada;
  3. Transtorno distimico;
  4. Transtorno de agorafobia;
  5. Transtorno obsessivo-compulsivo;
  6. Dependência de álcool e drogas.
Distímico significa depressão crônica ou falta de prazer. O distímico só enxerga o lado negativo das coisas.
Agorafobia é o medo de estar em espaços abertos e em meio à multidão.
Por incrível que pareça a procura por tratamento da saúde mental é mais frequente entre os gays do que entre os heteros.
Os gays ainda encontram muita dificuldade quanto precisam procurar tratamento porque em geral tem vergonha de falar sobre a sua orientação sexual.
Os estudos sobre saúde mental dos gays esbarram na orientação sexual, porque sempre existirão aqueles que revelarão parcialmente a homossexualidade ou a omitirão por vergonha ou porque já tiveram experiências de discriminação.
Os gays com grau de instrução mais elevado tem uma qualidade de vida melhor na terceira idade em comparação aos heterossexuais.
Também, não dá para generalizar porque as classes sociais são distintas e nenhum estudo consegue determinar a prevalência genérica dos transtornos mentais na população gay.
Ainda, existem gays na terceira idade que não apresentam nenhum sintoma de transtornos mentais e esses são felizes e levam a vida numa boa.
Este artigo tem a finalidade de trazer algumas informações sobre o assunto e eu não quero polemizar até porque não sou especialista no assunto e o que eu escrevi foi embasado em alguns tópicos de trabalhos acadêmicos de psicólogos e psiquiatras.

Velhice gay: o ciclo da solidão

Numa troca de e-mail com um gay maduro, como eu, no ano passado discutimos sobre quais são as soluções para muitos problemas dos gays na velhice.
Foram muitas correspondências e não chegamos a uma conclusão ou consenso, mas ficaram alguns registros que depois de revisados decidi publicar aqui.
Uma coisa todos os gays na maturidade e na velhice tem em comum:
É o somatório: velhice – homossexualidade – solidão – tristeza.
Existem algumas outras variáveis, mas em geral é isso mesmo. Portanto, é necessário despertar e fazer alguma coisa para quebrar este ciclo.
O tempo é finito e nessa etapa da vida devemos aceitar que o tempo passou. Bem ou mal, se deve seguir a vida e não se acomodar, descobrir outras coisas para fazer, outros lugares para frequentar e criar outros vínculos de amizade.
Se o gay maduro ou idoso já está aposentado ele deve se adaptar à realidade fora do mercado de trabalho e preencher o seu dia com coisas prazerosas: Cinema, teatro, viagens para o campo ou praia, praticar esportes leves e se ocupar com novas rotinas.
A velhice é um processo natural e para os gays não é diferente. A diferença é que somos diferentes por sermos homossexuais.
Ficar sozinho vivendo do passado não vai agregar nada de bom. É óbvio que momentos de solidão são bons para leituras e reflexões das perdas e conquistas da vida e até como um momento de renovação.
A tristeza é consequência dos sonhos não realizados, das conquistas perdidas e da certeza que a juventude não volta mais. Na vida perder e ganhar são regras do jogo.
Imagine quantos parceiros perderam os seus companheiros nos últimos 30 anos? Doenças próprias da velhice, AIDS, acidentes e fatalidades da vida, além do fim de relacionamentos que começam e terminam todos os dias.
Muitas vezes estamos num relacionamento e colocamos toda a nossa vida nele e num piscar de olhos o mundo vem abaixo e os gays mais emotivos e passionais sofrem durante muito tempo e uma boa parcela deles não supera essas perdas.
O isolamento é outro fator decorrente da homossexualidade. Ficar confinado em espaços pequenos e próprios do mundo gay, como saunas e cinemas de pegação não é o melhor caminho. Nada contra esses interesses, mas muitos gays ficam confinados neste circulo vicioso.
Cada um precisa encontrar as melhores soluções para viver uma vida melhor e menos traumática.
O governo brasileiro e as ONGs não fazem nada para os gays maduros e idosos. Quanto mais velho for o gay, mais problemas ele tem ou terá.
Nas grandes cidades e metrópoles existe uma infinidade de coisas que se pode fazer. Atualmente estão na moda os trabalhos sociais e voluntários. É uma forma de contribuirmos para uma sociedade melhor. Mas, de certa forma, os gays tem repúdio a essas ações porque sempre foram excluídos e ridicularizados e guardam no coração todas as mágoas e rancores da vida.
Hoje existem associações de apoio aos gays menos favorecidos, mas o gay com cara e jeito de macho não quer se misturar para ajudar o próximo, principalmente, se o gay necessitado for efeminado, imagine então um travesti.
Numa sociedade que valoriza as aparências os gays maduros e idosos se integram à corrente do consumismo, da valorização material e isso os afasta do seu problema mais profundo: A solidão.
Não vou nem falar de espiritualidade.
Imagine a população gay espalhada por este Brasil continente. Nas cidades pequenas viver a sexualidade na terceira idade é uma utopia, além dos problemas inerentes às sociedades locais. Enfrentar os desafios do envelhecimento é muito mais difícil, porque existe uma coleção de fatores que contribuem negativamente para a velhice gay. Aí, a falta de parceiros e o isolamento são fatores de risco para problemas psicológicos, físicos e mentais.
Temos que entender e aceitar a troca de interesses mútuos. Afetividade e prazer sexual são coisas que nos acompanham no decorrer da vida e não podemos deixar os nossos sonhos perdidos no passado. Não importa o que aconteceu de bom ou ruim na vida de cada um, é necessário socializar e pelo menos buscar amizades sinceras e companheiros que valorizem o gay maduro ou idoso.
Nesse redemoinho de situações há apenas um consenso: São poucos os gays que se preocupam em construir condições seguras para viver a velhice de forma tranquila.
Se observarmos pela ótica da evolução dos movimentos gays nós perceberemos que essa situação está mudando gradativamente.
Os gays maduros e idosos da atualidade são filhos das gerações pré 1970, onde a repressão e a discriminação deixaram marcas profundas.
As gerações homossexuais também evoluíram ao longo das décadas e nos últimos 30 anos estão desbravando e destruindo preconceitos.
Os gays idosos de hoje talvez façam parte da primeira geração de gays conscientes a chegar à terceira idade, providos de direitos, inclusive ao amor.
Portanto, levante da poltrona que te acomoda durante todos esses anos e acredite que o mundo mudou, pois ele está em constante transformação.
Não existem formulas mágicas para resolver os problemas comuns a todos os gays na terceira idade. É importante buscarmos o equilíbrio entre a compreensão e condenação da nossa diversidade sexual, para transformar as nossas experiências em maturidade.

Gay idoso e o medo da morte

Todo ser humano tem pavor da morte, mas no decorrer da vida aprendemos e assimilamos a morte como um processo natural da vida.
Para os gays, principalmente, os mais velhos a morte é muito mais pavorosa.
Em minha opinião a associação do envelhecimento com a morte tem muito a ver com a repulsa à velhice.
A morte está presente em todas as faixas de idade dos gays contemporâneos. AIDS, acidentes de transito, crimes violentos, vitimam a maioria dos gays jovens.
Mais do que a morte, o envelhecimento provoca depressão e horror à decadência física. As perdas das habilidades corporais cognitivas bloqueiam a expressão das emoções – a perda, em suma, dos atributos básicos que fazem com que o gay seja reconhecido, valorizado, levado em conta em qualquer interação social.
Se você caminhar nas imediações da Rua Vieira de Carvalho no centro de São Paulo, vai perceber e identificar facilmente, os “coroas”.
Eles são figuras clássicas da cena gay paulistana e se você perguntar a cada um deles qual é o maior problema na velhice, você vai ouvir a mesma resposta: solidão.
Se você perguntar se eles têm medo da morte, vai ouvir a mesma resposta: sim.
O medo da morte também está associado à não realização dos sonhos e desejos. Esses “coroas” ainda querem encontrar um parceiro para relacionamento, senão, apenas um outro gay para conversar e assim, passar o tempo.
Quando o gay idoso tem uma vida de realizações pessoais e a sua sexualidade deixou de ser um problema, ele não terá solidão e não tendo solidão não terá medo da morte.
Solidão e morte andam de mãos dadas na velhice gay. É óbvio que existem outros fatores, mas os principais são esses.
Nessa mesma Rua Vieira de Carvalho eu encontrei um coroa gay de 74 anos que há mais de 20 anos eu não via.
Num bate papo rápido e informal ele me disse que enquanto ficava em casa, a solidão e a depressão apareciam todos os dias e o pavor da morte eram sonhos constantes. A partir do momento que ele decidiu sair para encontrar homens, conversar e passar o tempo, a vida dele mudou. Ele descobriu que lá fora tinha um mundo de possibilidades e os problemas psicológicos sumiram.
Mesmo num gueto como a Rua Vieira de Carvalho, para ele ainda era melhor do que estar trancado dentro de casa e sem ninguém para conversar e compartilhar as angústias e os medos.
O mundo está repleto de possibilidades e os “coroas” gays estão percebendo que as concepções do envelhecimento como processo melancólico e decadente não tem mais sentido.
Hoje os gays de meia idade e os idosos estão descobrindo que as últimas etapas da vida devem ser enriquecidas com possibilidades e vida. Eles estão substituindo o pensamento pessimista por um pensamento prá cima e com alto astral.
Na verdade os gays idosos estão se modernizando e tendo uma atitude em relação ao tempo e ao envelhecimento que dá ênfase às possibilidades de lutar para manter a identidade própria. Eles estão descobrindo novas fontes de poder pessoal e, assim, estão mais triunfantes e felizes.
Portanto, para aqueles gays que estão nesta nova onda de possibilidades o titulo deste artigo não faz sentido, mas para a maioria dos gays que vive em cidades pequenas, sozinhos ou que moram com suas famílias, os pensamentos negativos ainda estão presentes no seu cotidiano e neste cenário eles ainda tem muito medo da morte.



A mudança de preferências sexuais entre os gays

Por sugestão de um leitor do blog eu decidi publicar mensalmente uma série de artigos que eu chamei de “contos da cidade”.
Na verdade são histórias de gays maduros e suas experiências de sexo, relacionamento e vida com parceiros. Historias essas advindas dos gays que residem nas grandes cidades brasileiras.
Você poderá encontrar essas histórias na categoria: Contos da Cidade.
Bem, vamos lá.
André (nome fictício) era um jovem de 25 anos e gostava de gays com a mesma faixa de idade. O tempo passou e hoje ele tem 54 anos.
Ao longo de quase trinta anos André vivenciou muitas decepções amorosas em seus relacionamentos. Ele queria um companheiro para dividir tudo, mas sempre teve apenas bons momentos de prazer e sexo porque os seus parceiros, certos ou errados queriam outras coisas e nada de namoro sério, além da insegurança e ansiedade própria da juventude.
Com o passar do tempo ele percebeu que quando se envelhece os valores pessoais mudam radicalmente e para os gays é muito importante encontrar um parceiro fixo porque não existe o elo familiar tradicional e ele não queria ficar sozinho.
O corpo envelhece, as rugas aparecem, a barriga cresce, os pêlos caem, a potencia sexual diminui, os gays jovens discriminam e isolam os mais velhos, mas nem isso tudo tirou do André a vontade e o desejo por gays mais velhos do que ele.
Ele também descobriu que a preferência sexual é apenas um dos atributos no relacionamento, talvez o mais importante, mas se deixou levar pela experiência de outros gays que como ele tinham as mesmas histórias da juventude e ao final de uma longa amizade acabou se apaixonando.
André abriu as portas para relacionamentos com homens mais experientes e depois de tantas buscas se acertou com um homem cinco anos mais velho e estão juntos há seis anos.
Ai eu perguntei como é que ficava a questão das preferências sexuais e ele me respondeu: Quando você gosta de uma pessoa de verdade, os defeitos e as imperfeições ficam em segundo plano porque o que eu queria era receber carinho e dai para o sexo foi questão de adaptação.
Na juventude eu tinha pavor de velhos, mas quando eu me olhei no espelho e percebi que estava envelhecendo descobri que eu era bonito e gostoso e ai o tesão por corpos mais velhos aflorou.
Histórias como essas são comuns no meio gay, mas a maioria ainda não percebeu que o tempo é cruel com todos os seres humanos e que é necessário viver o presente e se adaptar a ele.
Muitos gays buscam na velhice a juventude perdida, mas tantos outros estão descobrindo e aceitando a velhice como um processo natural da vida e assim como o André estão valorizando não apenas a experiência dos mais velhos, mas também o sexo que pode muito bem ser adaptado para o prazer na velhice.


Gays maduros: Rebeldes sem causa

A falta de limites em todas as fases da vida de um gay dificulta o enfrentamento e o reconhecimento da realidade do individuo gay na velhice.
Essa afirmativa pode ser confirmada a partir da vivência de cada um. Existem muitas similaridades na vida dos gays. Desde a assimilação e a socialização em ambiente, exclusivamente homossexual, até as formas de contato e a busca frenética por parceiros.
No curso da vida nos tornamos sim, rebeldes sem causa, pois, sempre estamos do lado oposto de tudo o que acontece na sociedade. Lembra-se do Cazuza? Ele era um rebelde sem causa e se tornou mito, mas a quase totalidade da população gay não será mito.
Vivemos uma vida sem limites e olhamos o mundo como o nosso maior inimigo. Somos esmagados contra o muro e isso nos torna rebelde.
Amadurecemos e temos muitas dificuldades de reconhecer a nossa realidade enquanto indivíduo.
Os gays maduros enfrentarão o envelhecimento e terão que conviver com a sua sexualidade e isso remete à confluência e ao confronto entre o corpo e a cultura.
Pensar sobre ambos leva-nos invariavelmente a considerar as tensões entre a o declínio material do corpo e sua construção social.
O envelhecimento e a sexualidade tornam-se temas que se excluem mutuamente. O declínio do desejo, a perda da atratividade física e o virtual apagamento como pessoa sexuada estão entre as principais marcas e condições do envelhecimento que sustentam, em grande parte, o repúdio e o medo generalizados do corpo em degeneração.
Não é fácil imaginar que nosso próprio corpo, tão cheio de vida e juventude, muitas vezes, de sensações agradáveis, pode ficar vagaroso, cansado e desajeitado. Não podemos imaginá-lo e, na verdade, não queremos.
Daí, chegamos numa fase onde a rebeldia se abranda e se acalma. Nossos impulsos naturais desaparecem e nos tornamos cidadãos comuns, abandonados à própria sorte e com um pouco de sorte, com alguns poucos amigos, que como nós, já não querem se rebelar contra o mundo.
Todo gay é sim, um rebelde sem causa e isso me faz lembrar James Dean em Juventude Transviada.
Odair era um amigo muito querido que faleceu em 1995, vitimado pela AIDS. Uma vez ele me disse: De que adiantou eu viver a vida loucamente, como um rebelde sem causa, curtir rock and roll, viajar ao som do Led Zepellin ou Black Sabath, transar todos os homens que tive vontade, frequentar todas as boates da moda e se drogar, se no fim eu ouço anjos entoando cânticos angelicais. Isso deveria me confortar, mas no fundo isso me deprime, porque vou partir desta vida sem a certeza de que tudo o que fiz valeu a pena.
Dezesseis anos depois da morte do Odair eu tenho a convicção de que realmente nossa rebeldia é motivada pela nossa homossexualidade e a cada ano que passa fica mais difícil enfrentar e reconhecer a nossa realidade, enquanto indivíduo gay.
Ainda precisamos rodar milhares de quilômetros para equilibrar as forças, partindo da aceitação pessoal da nossa sexualidade que nos permita enfrentar e reconhecer a nossa realidade, desde a juventude até o envelhecimento, porque isso é sinônimo de VIDA e não vai dar para se arrepender no final.



Policiais gays lutam contra a homofobia

Desde que eu me conheço por gente, eu conheci muitos policiais e principalmente bombeiros gays. Apesar de nunca ter tido fetiche de transar com esses profissionais, sempre vi alguns deles em saunas e em cinemas de pegação.
Os policiais tem uma vida muito regrada e controlada pelo sistema e num ambiente predominantemente machista e patriarcal, daí não é difícil entender porque a maioria dos gays advindos desse meio vivem as suas vidas em conflito e dentro de uma redoma de vidro.
Eu conheci um gay que adorava flertar e paquerar os policiais rodoviários. Ele não escondia isso de ninguém no meio gay e gostava de cometer inflações nas rodovias para abordar os policiais e se fosse idoso e de cabelos brancos, melhor ainda. Carlos era um gay muito louco e se arriscava em buscas frenéticas por sexo casual para satisfazer os seus desejos.
Moral da história: Parece piada, mas ele morreu aos 38 anos num acidente automobilístico numa rodovia do interior de Minas Gerais em 1990.
Os tempos mudaram e vivemos a segunda década do século XXI. Hoje assumir a homossexualidade é uma opção por conta e riscos de cada um e com consequências mais brandas e tem até grupos de gays que lutam em prol da liberdade e contra o preconceito.
Recentemente li uma matéria no Globo.com sobre policiais, agentes penitenciários, vigilantes ou outros profissionais que atuam na área de segurança pública e que assumiram a homossexualidade e se uniram na luta contra a homofobia. Criaram a Rede Nacional de Operadores de Segurança Pública LGBT (Renosp-LGBT).
O Carlos viveu loucamente todos os anos da sua vida, numa busca incessante por prazer e sexo com os profissionais da segurança pública. Se ele estivesse vivo teria hoje 59 anos.


A vida dos gays nos anos 50

Até o fim dos anos 50, não existiam bares dirigidos exclusivamente ao público gay.
Naquela época eu não imaginava que meio século depois tudo isso mudaria, porque a repressão era muito forte e toda a sociedade condenava a pederastia”.
Palavras de um velho conhecimento que hoje tem 78 anos.
A maioria dos gays procurava os seus parceiros em locais públicos em parques, praças, cinemas, e banheiros. A paquera era muito discreta e com poucos indícios que denunciasse o homossexual.
Uma minoria dos gays, principalmente os maduros e afortunados se encontrava em restaurantes, cafés, ou partes de praias.
A maioria dos homens solteiros morava com suas famílias até o casamento, encontros sexuais muitas vezes ocorriam em quartos alugados, ou em casas de amigos. Pequenas festas, shows de travestis realizados em casas particulares, e fins de- semana no campo ou na praia oferecia um espaço livre de controle social.
“Eu me sentia muito reprimido por não ter espaço para paquerar. As poucas vezes que tive a oportunidade de me sentir livre foi no sitio de um amigo no interior de São Paulo. Lá tudo acontecia com muito sigilo. Bebíamos a noite inteira e nos lambuzávamos de sexo homossexual e quando raiava o dia todos iam embora”.
Quem lê esse depoimento não faz ideia como as coisas eram difíceis. Os encontros eram raros e sempre sob os olhares atentos e críticos de estranhos. Os gays usavam o código do olhar porque qualquer gesto ou atitude era percebido e imediatamente reprimido.
Os gays tinham que manter um comportamento heterossexual para não serem acusados ou indicados anonimamente à polícia.
Nos grandes centros urbanos as festas gays aconteciam em apartamentos e também sob os olhares repressores de porteiros e zeladores, além de vizinhos ultra conservadores e dispostos a acabar com a alegria dos convidados. Muitos não tinham pudor em ligar descaradamente para a polícia informando que “um grupo de pederastas” estava perturbando o silêncio do local.
Denunciar atos e atitudes homossexuais era quase que um dever do cidadão comum. Era uma obrigação e um prazer encontrar gays e denunciá-los aos órgãos de controle. Para os cidadãos ser homossexual era uma doença e um mal à sociedade.
O amor entre os gay nos anos 50 era mais romântico e talvez, por conta de todas as restrições e controles sociais as relações entre os casais eram mais estáveis.
Também, é importante destacar que muitos gays sofreram violência física e moral, além da violência psicológica que castrou milhares de seres humanos.
Não há registros, mas os casos de suicídio eram comuns.
Enfim, isso já passou, mas fica o registro de como era o cotidiano dos gays naquela época e as lembranças de tempos que não queremos que volte nunca mais.


Coisas que todos os gays deveriam saber

O nosso cotidiano é recheado de histórias, muitas com humor e outras nem tanto, mas ainda assim, eu sempre me aventuro a colecionar e compartilhar com vocês o que se diz ou o que se ouve nos meios gays.
Há casos isolados e únicos e há uma coleção interminável de histórias comuns a todos os gays.
O que muda é o cenário dos locais de frequência dos gays nas cidades, a idade de cada um e sempre da juventude para a velhice e com ela o aprendizado se completa.
Ficam as lições únicas de que nada é perfeito ou eterno e que o mundo não é cor-de-rosa e que as cores do arco-iris cobrem as nuvens negras e os dias de sol da vida de todos nós.
  • O amor entre gays existe, mas tem que cultivar e cuidar todos os dias;
  • A questão da pele define os papeis na relação gay;
  • Amor é verbo intransitivo, portanto, não pode haver platonismo;
  • Cobiçar o companheiro de outro gay é prática corrente no meio homossexual;
  • A traição é uma questão de oportunidade;
  • Cuidado com o seu melhor amigo, ele está de olho no seu parceiro;
  • Parece que todos querem te ver feliz. É apenas aparência.
  • A infidelidade ronda os casais gays;
  • Quando não tem mais sexo a melhor coisa a fazer é romper o relacionamento;
  • Acabou a relação? A amizade vai acabar mais cedo ou mais tarde;
Outro dia vasculhando a Internet eu achei a seguinte frase:
A solidão não é coisa dos gays e sim de todos que se apoiam emocionalmente no outro ou nos outros. ACORDA BICHARADAAAA!
Já, Arnaldo Jabor tem uma frase célebre:
O perigo do sexo é que você pode se apaixonar. O perigo do amor é virar amizade.
Isso acontece todos os dias entre os gays. Aquele gostosão que você transou na semana passada não lhe sai da cabeça. Aliás, você se lembra do seu nome?
Depois de vinte anos de relacionamento estável eles se tornaram amigos!
Às vezes por falta de mercadoria melhor você se envolve com qualquer um.
O desespero ronda os seus dias e isso o torna vulnerável nas suas relações;
Dizem que apenas os gays passivos se apaixonam por seus homens.
A submissão é marca registrada dos apaixonados, mas cuidado, porque nem todo passivo é submisso.
Palavras de um gay sessentão:
Quando eu tinha vinte anos, eu transava um homem diferente por dia.
Quanto eu tinha quarenta anos, eu transava um homem diferente por mês.
Agora que tenho sessenta anos, não consigo uma relação sexual por ano.
E quando eu morrer, lá pelos oitenta anos, não haverá nenhum gay no meu velório.
A frase a seguir eu ouvi de um conhecido num bar da Rua Vieira de Carvalho, no centro de São Paulo:
O mundo gay é tão pequeno que aquele homem com quem você fez sexo no ano passado, já rodou na mão de todo mundo e ainda vai acabar tendo um caso com você.
Os gays estão sempre felizes e rindo de tudo.
Não acredite nessa máxima, porque na verdade eles estão apenas escondendo a rejeição, o narcisismo que só ele acredita e a ilusão que encontrará um homem perfeito para dividir suas alegrias e tristezas.
Declaração de um gay de 55 anos:
Sinto-me abandonado na sarjeta de meus sentimentos e no amor platônico pelos ninfetos que dificilmente irei alcançar.
Nem tudo está perdido para os gays. Somos seres humanos frágeis e suscetíveis a todas as variantes das relações humanas. As nossas escolhas são únicas e o sucesso ou não de cada decisão depende, exclusivamente, da maneira como nos conduzimos no aprendizado da vida.
Eu comparo a vida gay aos clássicos safaris na África:
No safari era a busca interminável pelo animal mais raro, na vida gay é a busca e uma caçada sem fim pelo homem ideal.
Pra finalizar: Há de tudo em todos os meios. Eu conheço gays que vivem casados, moram juntos e são fiéis e felizes. Há outros que não esperam um minuto para trair na ausência do companheiro. Há aqueles que esperaram uma vida inteira para encontrar um parceiro e põe tudo a perder em questão de minutos.
A maioria quer apenas curtir e transar e isso vale para todos, inclusive os gays idosos, o que também é uma opção legítima, faz parte da vida e das escolhas de cada um!

O beijo gay

Olá pessoal, estou de volta depois de uma quinzena longe da Internet. Andei por aí, em viagem de negócios na cidade de Porto Alegre e na última semana curti a calma e a vida tranquila do interior de São Paulo.
Voltei renovado e com muitas ideias boas para colocar aqui no blog. A primeira delas diz respeito ao beijo.
Aproveitei uma declaração do vereador Apolinário condenando o beijo entre dois homens bigodudos, para expor a minha opinião sobre o tema.
Para a sociedade é uma aberração dois homens se beijando em local público, imagine então dois homens maduros, de bigodes?
Eu uso bigodes e o meu companheiro já disse que se eu cortar ou raspar ele me abandona, será? Eu acredito que não, porque ele tem tesão por um bigode branco e não se imagina me beijando sem ele. Quem gosta de bigodes tem fetiche e associa isso ao beijo e ao prazer.
No latim, beijo significa toque dos lábios. Na cultura ocidental, ele é considerado gesto de afeição. Entre amigos, é utilizado como cumprimento ou despedida; entre amantes e apaixonados, como prova da paixão.
Tem muito gay que não gosta de beijar e prefere o “finalmente” do sexo.
Se você for a uma boate gay, o primeiro gesto de aproximação depois do flerte é o beijo. Você encontra gente se beijando no banheiro, no corredor, na pista de dança. Preste atenção à sua volta e você perceberá que o beijo é “o cara”.
Dizem que se você quer saber se uma pessoa gosta mesmo de você, basta prestar atenção ao beijo e sentirá se existe afeto entre os parceiros.
Quando envelhecemos ficamos órfãos de companheiros e também, do beijo. A falta de um afeto através do beijo é quase tão, ou mais importante do que o sexo de fato.
A demonstração do carinho está presente no beijo da face, já o beijo de língua é sacanagem pura e que desperta todos os hormônios do corpo para o ato sexual.
Os gays tem uma predileção pelo oral e nesta categoria o beijo é o mais singelo gesto de afeto, carinho e paixão.
Tanto se fala de beijo gay na TV e isso já virou uma utopia, mas todos querem ver o beijo gay entre dois homens transmitido em rede nacional.
Eu tenho uma amiga que ficou louca de tesão quando viu os dois cowboys se beijando em Brokeback Mountain.
Eu gosto de beijar e não me incomoda ver dois homens ou duas mulheres se beijando. Eu quero que todo mundo seja feliz, inclusive os heterossexuais e que o beijo seja o pacificador dos povos.
Beijar é saudável e faz bem à saúde.

Liberdade e ciúmes dos gays maduros

Quando envelhecemos temos propensão à solidão, própria do universo gay. Aí encontramos um parceiro para o sexo.Do sexo para uma relação estável, é uma questão de pele, ajustes no relacionamento, afinidades, objetivos comuns, etc.
Quando a relação fica desgastada ou quando acaba o tesão de uma das partes, principalmente, do mais jovem, muitos casais fazem acordos para relacionamentos abertos.
Eu tenho muitas histórias sobre esse tipo de situação envolvendo os gays maduros e idosos.
Tem um caso de uma relação de mais de 25 anos, onde o mais jovem, hoje com 48 anos sai para procurar parceiros para o sexo, mas mantêm a relação de amizade e convivência com o gay idoso. Recentemente, ouvi desse amigo que ele permite a relação aberta desde que ele não conheça o outro homem. Eu perguntei se essa condição tinha a ver com ciúmes e ele confirmou minha certeza.
Moral da história: deu liberdade ao parceiro, mas tem ciúmes e não quer se sentir inferiorizado perante o outro homem.
Outro caso eu tomei conhecimento na semana passada. Dois amigos tem relação estável há mais de seis anos e o mais velho não tem mais tesão para fazer sexo. Eles não conversaram sobre o assunto e o mais jovem encontrou outro parceiro e o tiro saiu pela culatra. Apaixonou-se pelo coroa de 60 anos. O meu amigo solitário e idoso está com sérios problemas psicológicos e caiu de cabeça na bebida para esquecer. Não aceita o fim do caso e ainda tem acessos violentos de ciúmes.
Moral da história: Quando a relação não tem mais sexo todo o cuidado é pouco. Dificilmente, você vai se sair bem. Perde a amizade e fica mais sozinho.
Eu conheço um gay de 49 anos e que tem uma relação há mais de 20 anos. Abriram a relação, por conta da condição física do mais velho. Frequentemente, eu encontro o mais jovem paquerando pelas ruas e estações do metrô de São Paulo.
Moral da história: Ele está buscando um substituto à altura do seu parceiro, mas como não encontra, vive aqui e ali na pegação. Esse tem tudo para ficar sozinho na velhice.
Esse tipo de negociação entre os parceiros visa manter a amizade e não privar o mais jovem do sexo. Nem sempre isso é bom, porque muitas relações abertas acabam em brigas e o desgaste é tanto que ambos ficam sozinhos. Daí, eles dividem as coisas materiais e os amigos. Fica uma coisa muita estranha.
Os gays são ciumentos por natureza devido ao hedonismo predominante no meio gay. Ninguém quer ser a “outra” na relação, ninguém quer ser passado para trás.
A relação aberta é uma moeda de troca para evitar os problemas decorrentes da solidão, mas na hora H, o ciúme pega forte e aí sai de baixo.
O que escrevo não é uma verdade absoluta, mas quem já é idoso sabe bem do que estou falando. Muitos não dão o braço a torcer e dizem que estão em plena forma para o sexo.
Será que é por isso que eu recebo dezenas de e-mails de jovens reclamando dos gays maduros e idosos que só querem sexo e não querem compromisso?


No outono da vida gay, ou não.

O texto a seguir é um exemplo positivista para todas as pessoas, inclusive, para os gays da melhor idade.
As primeiras folhas caem das árvores formando um tapete dourado sobre o chão e os dias de temperatura amena se tornam mais curtos.
O sol atravessa os interstícios entre as árvores formando uma peneira de luzes multicoloridas.
É o outono, paradoxo de vida e de morte… É por isso que se compara a idade de ouro a terceira idade do ser humano ao outono. Começa aí nossa decadência implacável.
O grisalho dos cabelos é o prelúdio desta decadência para todos nós. É o prenúncio do fim da vida.
É a hora em que a lembrança substitui o futuro; a fragilidade, a força; e a solidão, o círculo de amigos.
É a época em que somos tomados por uma nostalgia reflexiva, quando nossos corações se voltam às questões existenciais da vida, Por que estou na terra? A que vim? Para onde vou? Será que eu construí algo? Deixarei boas lembranças para alguém?
É melhor deixar o papo-cabeça para os psicólogos, filósofos, antropólogos e outro ólogos, cujas competências e utilidade eu reconheço e baixar para o nosso mundinho aquele do dia-a-dia. O feijão com arroz.
O outono da vida é tempo de colheita e de alegria. De olhar para trás e de ver quanta coisa boa você fez.
E por que não de ainda plantar muita coisa? Afinal, a maioria de nós está aposentada e não precisa mais trabalhar com raras e honrosas exceções. Vamos continuar trabalhando, produzindo. Ainda não morremos! Pelo menos eu, ainda não.
Não morri nem para o trabalho nem para os outros prazeres da vida. Depressão? É para quem não tem trabalho a realizar, compromisso a atender.
Eu jamais terei depressão. Tenho o meu tempo bastante ocupado. O Alzheimer, eu já mandei pras “cucuias”.
Não use Rider, não dê férias a seus pés. Não se sente nas praças para jogar dama e ser analista da vida alheia, espectador do mundo, comentarista do cotidiano, conforme as sábias palavras de Nizan Guanaes.
Continue trabalhando, produzindo, ajudando seu próximo. Trabalho não mata, ocupa o tempo, evita o ócio, que é a morada do demônio. Muitos dos seus colegas de aposentadoria lhe dirão que você já trabalhou muito, que é hora de descansar, de pendurar as chuteiras.
Deixe-os falar. Continue trabalhando, produzindo e principalmente amando. Quem sabe você não inicia um romance tórrido! Só para dar o que falar. “ Tanta gente existe, cuja única ventura consiste em parecer ao outros venturosa”! Uai! Mas isso é Raimundo Correa, e a poesia é o Mal Secreto! Eu queria dizer que “tanta gente existe” por aí que se compraz em cuidar das nossas vidas.
Já pensou? Você daria assunto para muito tempo. Para seus amigos que partiram para o bate-papo na pracinha e para o jogo de damas, nem se fala. Iriam malhar você, mas no fundo, no fundo iriam roer a unha de tanta inveja.
Cada dia é uma fonte de vida para você. Eu, de minha parte, não ando nem um pouco preocupado com a minha idade, com o problema do outono da vida e outros papos-cabeça criados pelos poetas e alimentados pelos “ólogos”. E você, no outono da vida, quais são seus planos para o futuro?
Não quero morrer na cama. Quero morrer trabalhando ou no mínimo em pé em qualquer lugar que me dê prazer.
Que importa o outono de minha vida trabalharei sempre como nos tempos de minha juventude! Dias maravilhosos ainda me aguardam!

Texto: Tarcísio Barbosa
Imagem: Raphael Perez


Um gay maduro no consultório psiquiátrico

Augusto tem 60 anos e depois de tanto remediar e por recomendação de um amigo procurou ajuda de um profissional. Ele foi direto ao psiquiatra e nem passou por um psicólogo.
No consultório psiquiátrico, primeiro, ele chorou muito porque nessa idade não aguenta mais sofrer às escondidas.
A consulta psiquiátrica foi uma oportunidade para o Augusto abordar temas tão delicados da sua homossexualidade.
Na primeira consulta ele reclamou do isolamento social, tão comum aos gays, mas que no seu caso tinha outro enfoque porque ele tem um relacionamento estável há 10 anos e a vida social do casal se resume ao trabalho, cinema nos finais de semana e apenas um amigo.
No mês seguinte o psiquiatra identificou estado de depressão. Na idade do Augusto a vida está definida, os sonhos já não povoam a sua mente e o prenuncio da velhice gay incomoda. O isolamento social leva os gays a um estado de depressão que se instala silenciosamente e quando se percebe já toma conta da sua vida e ai o tratamento é à base de muitos medicamentos.
Bem, o problema grave do Augusto não era o isolamento social e nem a depressão, mas a ansiedade diária e ideias de suicídio.
Frequentemente, Augusto se via pulando da janela do seu apartamento no décimo segundo andar do prédio onde mora e nunca contou a ninguém sobre esses pensamentos.
Não pense você que esse tipo de ocorrência é raro porque essas situações são comuns entre os gays e principalmente os mais velhos e idosos.
A falta de carinho combinado com Isolamento social + Depressão + Ansiedade = Ideias de suicídio.
Depois de um ano de muita medicação e diversas visitas ao psiquiatra Augusto conseguiu equilibrar os seus pensamentos suicidas. O Médico vai continuar fazendo o acompanhamento do paciente porque ninguém se cura dessa doença definitivamente.
Neste ano a vida do Augusto mudou. A primeira coisa que fez foi romper a relação com o parceiro. Ele descobriu que nunca havia sentido amor ou carinho pelo companheiro. O parceiro também não tinha amor, simplesmente “gostava” e queria apenas sexo e boa vida, não sabia expressar os sentimentos de carinho. Para o parceiro Augusto era apenas um “troféu”.
Na velhice os gays escolhem companheiros para amizades, sexo e vida social, mas sempre falta o principal: amor, carinho e afeto.
O gay idoso pensa da seguinte forma: já vivi demais, sofri desilusões e nesta idade não vou encontrar o homem certo para ser o meu parceiro. Outra coisa interessante: A escolha sempre inclui a beleza física e a estabilidade econômica, mas exclui vários atributos vinculados ao carinho.
Hello!! Não existe o homem gay ideal.
O seu parceiro será aquele com quem você faz sexo como terapia e sem obrigação e brinca como criança sem ser criticado. Será aquele que te completa, te auxilia e te apoia em tudo.
O seu parceiro será aquele que gosta de compartilhar coisas simples como: tomar banho juntos, cortar as unhas dos pés, fazer massagem ou entrelaçar as pernas na hora de dormir.
O seu parceiro será aquele que gosta de estar ao seu lado em todos os momentos da vida.
O seu parceiro será aquele que lava a louça após o almoço ou jantar, limpa a casa quando a empregada estiver ausente ou que conversa abertamente sobre os todos os problemas do cotidiano.
Uma relação gay é antes de tudo uma relação humana. Levamos tanta pancada no decorrer da vida que ficamos insensíveis e nos fechamos às questões simples da vida.
Outro fator importante: não basta ter um companheiro, é necessário manter um circulo de amizades, mesmo que restrito. Você não vive numa ilha, portanto, aprenda a socializar.
Não existe receita de felicidade para os gays, mas na velhice temos que trabalhar a auto estima e ter muita atenção às situações que nos levam a ter doenças muitas vezes incuráveis.


Os gays e a família

É muito difícil avaliar a condição dos gays dentro do armário, pois cada caso é um caso e não dá para generalizar.
A principal preocupação dos gays é a família que é uma instituição tradicional e milenar. Família todo mundo tem e cada um tem uma história.
No meu caso, quando eu percebi que não dava mais para esconder, eu preferi fugir para bem longe de casa. Na verdade eu estava cansado de tanto mentir para os colegas do colégio, os vizinhos, os parentes como: primos, primas, tios e tias, irmão, irmã, pai e mãe.
A minha mãe nunca me cobrou nada, porque sabia quem eu era.
No auge dos meus 25 anos eu tive a infelicidade de perder minha mãe, mas de certa forma isso foi como uma libertação. Dois anos depois fui morar com um amigo num apartamento no centro de São Paulo e gradativamente a minha vida mudou.
O meu amigo também saiu de casa no interior de São Paulo para tentar uma vida melhor. Para ele o álibi era o trabalho e a possibilidade de ser alguém na vida. Pra mim não foi diferente porque hoje sei que tudo o que tenho foi graças à decisão de sair de casa e a minha vida decolou em todos os sentidos. Não preciso mentir, mas mantenho a minha privacidade. Quanto à minha família? eu me relaciono com ela, numa boa. Até o meu pai que tem 76 anos me respeita e me aceita sem fazer nenhuma pergunta.
Eu nunca me privei de boates e bares gays, mesmo assim aprendi bem cedo a controlar os gastos para honrar as despesas. Eu me formei em duas faculdades e hoje sou um bem sucedido executivo da área financeira, além de manter o site dos Grisalhos há 13 anos e que não me rende dinheiro como pensam os visitantes e assinantes.
Vivi os anos de ouro da Disco Music, atravessei os anos negros da AIDS, perdi muitos amigos e colegas e eu não via nenhuma luz no fim do túnel. Mas cá estou em pleno século XXI vivendo a plenitude dos meus 52 anos. Eu fui um cara consciente sobre os perigos do HIV e sempre me cuidei porque quem me ama sou EU.
Enfim, a família é um grande obstáculo na vida dos gays. Por isso, eu recomendo a todos para largar a sua família e ir viver a sua vida. Quem fica marcando passo dentro de casa não tem futuro e sempre vai ser cobrado sobre a sexualidade.
O gay tem que ser muito macho para sair de casa e enfrentar a vida. Tem que ter coragem de abandonar a família: pai, mãe e irmãos. Tem que romper os laços afetivos e familiares, porque só assim é possível vislumbrar uma vida melhor e menos traumática.
Eu sei que para a maioria isso é difícil, pois depende da vivência e da relação familiar de cada um, mas existe alternativa?
Não dá para conciliar família e homossexualidade. O mundo mudou, as pessoas tem acesso à informação, mas a instituição “família” continua tão antiga quanto à existência do homem.
Gay é legal na família do vizinho, mas não na minha.
Se a sua família te aceita com o gay, saiba que você ganhou na loteria.


Padre gay na Internet

Não é de hoje que padres gays rendem audiencia na Internet.
A foto deste post, um tanto comprometedora do padre Andrés García Torres tem rodado a internet e causado problemas ao pároco. O padre aparece abraçado a um seminarista de 28 anos.
O padre Andrés, que dirigia uma paróquia em Fuenlabrada, região metropolitana de Madri, explica esta foto afirmando que ele e o rapaz passaram um dia na Costa de Caparica após irem a uma peregrinação em Fátima, Portugal. Afirmou ainda, que é heterossexual e está disposto a fazer um exame anal, para comprovar que o seu ânus não está dilatado.
Ninguém merece ouvir e nem ler uma besteira dessas, até porque milhões de gays passam a vida inteira sem ter nenhum contato sexual anal. Também, isso não comprova que ele é heterossexual.
Pelo que entendi lendo a matéria no jornal espanhol, o padre Andrés é gay ativo e até se submete a exame para provar que ele não é passivo, mas não conseguirá provar que não é gay.
Um dos grandes perigos da era digital é a exposição de fotos tiradas, principalmente, com celulares e em situações comprometedoras. Observe bem a foto e tire suas conclusões.
O padre Andrés foi afastado temporariamente de suas funções de pároco e deverá retornar às suas atividades normais quando tudo isso esfriar.
Na minha adolescência eu tive a oportunidade de fazer uma farra sexual com um padre de uma paróquia no bairro do Brás em São Paulo e foi uma delícia. Existe uma legião de gays que são tarados por padres e bispos.
Esse caso é mais um daquele tipo de escândalo que quando estoura todo mundo diz que já desconfiava.
O que eu ainda não entendo é porque esse padre se permitiu fotografar sem camisa e praticamente colado no seminarista. Enfim, é mais um caso que daqui há alguns meses ou dias cairá no esquecimento.


Universo gay: pênis e mitos

A maioria dos mitos sobre o pênis tem a ver com o comprimento. Não existe um tamanho padrão e ideal e, muito menos, se atribui grau de masculinidade pela extensão do órgão sexual. A tão comentada virilidade está relacionada aos hormônios e o comprimento do pênis nada tem a ver com raça, cor ou idade.
As dimensões penianas se desenvolvem até os 18 anos e, já foi comprovado, que pênis a partir dos 8 centímetros, em ereção, são capazes de provocar prazeres sexuais.
Eu conheço um gay paulistano que é louco por pênis grande, preferencialmente, de homens com mais de 60 anos.
O interessante nesse fetiche é que ele nunca encontrou um gay idoso com o cacete acima da média e o pior, ereto!
Outro mito relaciona o gay passivo às preferências por pênis grande, comprido ou grosso. Isso é folclore, porque a passividade não tem nenhuma relação com o tamanho.
Nas saunas os garotões exibem o pênis duro para arregimentar clientes e a maioria não é tão ativo quanto se pensa e na hora do sexo não importa ao garoto o uso ou não do pênis, a única coisa que é importante é o tamanho da conta bancária do cliente.
No filme Boogie Nights, Eddie Adams, um lavador de pratos, transforma-se em Dirk Diggler, a estrela mais famosa do mundo pornô do final dos anos 70. O cacete prá lá de anormal lhe rende fama e dinheiro, mas também, problemas com drogas e o envolvimento sexual com homens.
Com toda a pressão social do mundo hetero e gay, surgiram novas patologias relacionadas ao pênis. Assim, descobriu a existência de homens com síndrome do pênis pequeno (SPP), também conhecida como “a síndrome do vestiário”.
O problema foi definido como doença a partir do momento em que apenas 0,6% dos homens possuem chamado micro pênis – comprimentos menores do que 6,85 cm.
Sempre ouço no meio gay: quem tem pênis pequeno é passivo. Isso é outro mito.
De uma forma geral, é verdadeiro afirmar que o cacete ereto excita os gays e a ereção está relacionada com o tamanho e o volume.É obvio que a maioria dos gays, principalmente os mais velhos não dão tanta importância ao tamanho, mas o mito sempre existiu.
O Pênis é um personagem clássico, já foi descrito em livros e virou estrela de cinema. Ele está à mostra nas saunas, nos banheiros públicos, no escurinho do cinema, em salas privadas de bate papo ou nas webcam.
Os gays adoram ver um cacete, porque isso é o que excita. Quem se excita olhando uma bunda ou um par de coxas?
Mesmo os gays ativos tem predileção por cacetes, a começar pelo próprio pênis que é diariamente acariciado e manipulado. A ele é dado todo um tratamento especial.
Tem homem casado que sai com travestis e gosta de ser penetrado, preferencialmente, por pênis avantajado. Os bissexuais em sua maioria se relacionam com homens por causa do pênis.
Outro dia eu ouvi um gay dizer que tem loucura de penetrar outro homem de “frango assado”, porque ele adora ver o cacete duro do parceiro. Vai entender.
Outra coisa interessante no universo gay: todos adoram um pênis; seja para olhar, tocar, acariciar, lamber, chupar ou literalmente, engolir, mas poucos dão o braço a torcer e admitem reverenciá-lo.
O mundo gay valoriza o corpo, a juventude, a beleza, o dinheiro e o PENIS.


As ciladas comuns da vida gay

Quantos de nós, gays, já nos questionamos: Será que algum dia eu vou encontrar alguém legal para ser o meu parceiro?
Na juventude e até os trinta e poucos anos nós gostamos de ir ao matadouro, “para o festival de carne“, nos bares, saunas e boates. Essa é a rotina da noite gay de qualquer grande cidade do Brasil.
Muitos gays gostam de se relacionar com homens casados, outros gostam de ferver e cultuam apenas a beleza física dos bofes. Ah, não posso me esquecer dos gays que são românticos e vivem a desilusão de relações amorosas que não deram certo.
Num determinado momento da vida de todos os gays vem o questionamento sobre as idas e vindas aos clubes e bares noturnos GLS.
O cotidiano dos gays é sempre igual. As pessoas são as mesmas, só querem saber de sexo e ninguém está a fim de um relacionamento mais sério.
Os gays, independente de suas características, sabem que dificilmente irão encontrar uma pessoa para se relacionar, além do sexo em uma boate – uma cilada comum da vida gay.
Além das boates e dos bares, quais outros espaços a comunidade homossexual tem para se relacionar? Esse é o grande conflito de todos, mas também pode ser encarado como o grande drama da comunidade gay.
Apenas uma minoria encara esses conflitos de frente porque a maioria prefere não pensar a respeito e escolhem ficar vagando na noite numa incessante busca frenética por companheiros e que ao final da noite não vai além do sexo. Quantos gays terminam sozinhos na noite?
Eu tive um amigo que odiava ficar sozinho e no meio da madrugada saia como louco para procurar um corpo de homem para terminar a noite. Aquelas atitudes lhe renderam muitas encrencas, com homens bêbados, taxistas e notívagos de plantão.
Analisando as ciladas do cotidiano dos gays eu chego a duas conclusões:
Uma é que se trata de um dilema clássico e que para alguns não tem solução mesmo.
A outra pode ser um convite para refletirmos sobre o mundo gay do qual fazemos parte.
A grande maioria dos gays procura um parceiro fixo, com quem possa compartilhar dos bons e maus momentos, mas devido à busca pelo parceiro ideal ou o corpo perfeito ficam à mercê da solidão.
Os gays vivem dos parceiros sem nomes, do sexo anônimo na sauna, da ilusão de uma relação com um homem casado que se sabe de antemão que não irá para frente.
O hedonismo solitário será o destino da vida dos gays. Amargo? Não, diria que é realista e faço uma crítica, sem ser chato ou politicamente correto, a respeito dos valores da comunidade gay.
Isso tudo é a valorização do corpo e o individualismo exacerbado. Daí quando você passar a mão sobre o seu rosto e perceber as rugas e os vincos, vai descobrir que o tempo passou.
Vai lembrar que já passou dos 40 anos, que está sozinho e, pior que isso, no mesmo lugar onde estava aos 25 anos. Onde? Na pista das boates, nas mesas dos bares, no darkroom das saunas procurando desesperadamente por um “corpo”.
Finalizo este post com um depoimento de um jovem de 23 anos que me escreveu no mês passado:
Cantar ou ser cantado? Em locais públicos, já se tornou moda. Não interessa onde, nem hora e nem dia, qualquer momento é o momento. Sempre tem um atirado lançando aquele olhar matador, que por vezes é retribuído com um disfarçado sorriso e outras com um sorriso confirmador. Mas quando o cara não agrada as minhas exigências, todo o meu corpo, como em perfeita harmonia, trata de esnobar o coitado que me encarou. Viro as costas e procuro outro.

O mês do orgulho gay

Além de ser o mês das festas juninas, junho também é o mês do orgulho gay, ou LGBT.
No embalo da revolução cultural dos anos 60 e 70, surgia o Pride Parade, idealizado por Graig Rodwell para ser a primeira manifestação pública dos gays na cidade de Nova York em 1969. Hoje a parada acontece em mais de 150 países e é uma das principais manifestações públicas no mundo.
Eu tenho muitas restrições quanto à forma como a parada acontece no Brasil, mas eu compreendo que isso é fruto da nossa cultura e sempre misturamos futebol, carnaval e samba.
Particularmente, eu gosto dos debates que constam do calendário oficial, porque são essas discussões que agregam valor à vida dos gays e contribuem para um melhor entendimento da nossa sexualidade, além de outros temas, como racismo, gênero e DST.
Infelizmente, esses debates estão sempre vazios, porque como disse: o brasileiro adora uma festa e não dá muita importância para coisas sérias. Os gays estarão na parada, no Gay Day do Hopi Hari, na Feira da Cultura gay e nos diversos eventos de ferveção dos bares e boates da cidade.
O que me entristece é que não existem palestras ou debates sobre a velhice dos gays. Infelizmente, todos os anos os organizadores pecam na hora de decidir sobre os temas da agenda da programação oficial e também, da programação paralela.
Mas, ainda assim, a cidade se transforma e nessa época do ano o turismo traz dividendos de interesse de todos os segmentos. Os hotéis da região central até às margens da avenida Paulista já estão lotados. É gente de todo lugar, que vai aproveitar o feriadão de Corpus Christi, para ferver na capital paulista.
Vou aproveitar e descansar na chácara, que fica a 200 quilômetros da capital, mas estarei sintonizado na Internet e nas reportagens da TV.
A Parada Gay 2011 de São Paulo é a 15ª edição do Mês do Orgulho LGBT, e acontecerá no dia 26 de Junho 2011. O tema desta edição vai ser “Amai-vos uns aos outros: basta de homofobia!”. A parada deste ano será a 15ª edição e a previsão é de que a festa tenha um público ainda maior que os outros anos.


Gays maduros: o poder cósmico da solidão

No último domingo eu encontrei um velho conhecido. Ele já está na casa dos sessenta anos e vive um momento de desilusão.
A história é mais ou menos assim:
Cardoso é um gay inteligente e culto. Durante a vida não teve mais do que três relacionamentos.
Os seus ex-casos morreram e ele ficou sozinho. Ele nunca foi de frequentar ambientes ou guetos gays e recentemente se envolveu emocionalmente com outro homem.
A relação não durou mais do que alguns meses. Cardoso ficou desiludido curtindo uma paixão fugaz e aniquiladora.
Moral da história: Ele está vivendo uma fase muito ruim e não vê perspectivas de que isso acabe logo e o pior: a solidão se fez mais forte e dolorida.
Na maturidade o gay fica exposto e frágil, devido ao isolamento social comum nessa fase da vida. Na velhice ficamos seletivos e exigentes, mas não nos esquecemos de que somos carentes de namorados, companheiros e amigos
Palavras do próprio Cardoso: “Nesta fase da vida, o sexo é apenas uma pequena parte do conjunto de coisas que compõe um relacionamento”.
A vida do homem gay é constantemente ameaçada por um poder invisível e cósmico chamado “solidão. Não importa idade, classe social ou religião.
A verdade desta regra é clara e trata-se de um fato que a gente vai ter que superar sempre, às vezes existe exceção, assim como a regra, mas como nada é para sempre, um dia você estará sozinho, e lá estará a regra novamente, rindo de você.
Imagine-se solteiro, louco para casar, e você vai para a boate, ou encontra alguém na internet, e a pessoa passa no seu teste de qualidade, sem muitos méritos, afinal você estava desesperado em achar alguém.
Mas você pensa, ainda que no fundo, tudo pode dar certo. Mas a gota d´água é quando você cai na real e percebe que o príncipe virou um sapo.
Isso tudo acontece porque quando ficamos muito tempo sozinhos, ficamos fragilizados e caímos em armadilhas tão comuns das relações humanas.
Nós acreditamos que sempre haverá esperança de encontrar o companheiro certo. Idealizamos tanto, que perdemos o senso da razão e aí acontece esse tipo de situação, tão comum entre os gays com mais de 50 anos.
Aprendemos com os nossos erros e continuamos errando todos os dias, porque no fundo nós desejamos apenas o carinho que é o único remédio para combater a solidão.


O mercado de consumo dos gays

O mercado de consumo dos gays cresce numa velocidade incrível! Parece que finalmente todos se conscientizaram que os gays são consumidores vorazes e com potencial para trazer fortunas em tempo recorde a seus investidores.
Antigamente quem investia em serviços ou em pequenas lojas eram os próprios gays; agora os empresários estão tomando conta do mercado porque descobriram no mercado gay de consumo ‘a mina de ouro’.
Antenados nas tendências de consumo, os empresários passaram a investir em serviços exclusivos para os gays: hotéis, cruzeiros, teatro e cinema com temática gay aos montes; aos poucos eles estão dividindo o espaço nas suas linhas de produção, para produzir produtos para os gays: apartamentos, vestuário, comidas e bebidas.
Para você entender melhor pense no seguinte: Devido à discriminação da sexualidade, os gays, primeiro consomem serviços específicos. Exemplos: saunas, bares, boates e depois consomem serviços e produtos disponíveis para a população em geral, mas sem a identificação de “rótulos”, simplesmente consumidores.
Nos dia de hoje o modelo de negócio está configurado no ‘consumo emocional’ e os gays são extremamente emocionais. É importante perceber que gestão do conhecimento é a moda do momento, e que capital de giro, no século XXI, é a informação.
O Brasil tem um mercado gay consumidor expressivo e quase inexplorado com grande potencialidade tanto para empresas internacionais quanto nacionais.
Hoje em dia, tudo é moda; e o que ainda não é, ainda pode virar moda. Ao comprar, os consumidores gays do século XXI estão realizando seus desejos e lidando com as emoções. Eles não compram mais apenas por necessidade ou utilidade. Por este motivo, os empresários que lidam com produtos confeccionados, especialmente para nós estão antenados, o tempo todo, no comportamento e mudanças de atitudes dos gays.
Para vender, os empresários sabem tudo o que está acontecendo na rua, no shopping, no salão de beleza, nos bares, nas festas, na praia, no meio rural, na imprensa, nos sites, na televisão. Os produtos refletem as necessidades emocionais dos consumidores gays, que hoje procuram demonstrar seu estilo de vida em tudo que vestem, frequentam, conversam e usam – breve, teremos o serviço para casamento entre gays.
Veja o exemplo das cervejas que estão na imagem deste post.. Empresários da cidade de Guadalajara, no centro-sul do México, lançaram as primeiras cervejas dedicadas à comunidade gay daquele país.
A ‘Salamandra’ e a ‘Purple Hand’ (mão púrpura, em tradução literal), da fabricante Minerva, são totalmente orgânicas, produzidas com malte e mel. A Minerva calcula que o mercado gay da Cidade do México, Riviera Maya e de Puerto Vallarta movimente cerca de US$ 8 bilhões por ano.
Enquanto isso, aqui no Brasil…
Na contramão do consumo ainda faltam leis e direitos que protejam todos os cidadãos gays, a vida no armário também gera muito consumo, mas consumo reprimido e velado. O consumo acontece de cima para baixo na escala social e os gays menos favorecidos convivem com muitos problemas sociais e para esses gays tudo isso que estou escrevendo ainda é uma utopia


Relação estável entre gays – até quando acreditar?

Frequentemente recebo e-mail de internautas, onde eles colocam a questão da relação estável entre os gays como uma utopia.
Alguns chegam a duvidar que não seja possível amar outro homem e que fomos colocados no mundo com a condição de nunca sermos felizes ou fomos feitos apenas para o sexo; outros chegam ao extremo de dizer que cansaram de ser gays., porque procuram, procuram e acham apenas homens dispostos ao sexo sem compromisso.
Eu digo a esses gays que eles ainda não descobriram a sua verdadeira natureza homossexual ou mesmo a sua própria identidade de gênero. Esse pessoal precisa tirar da cabeça os modelos e padrões heterossexuais.
Somos diferentes, portanto, os padrões existentes não nos servem e temos que buscar o nosso próprio modelo – Único!
O mundo moderno nos condiciona às relações abertas por conta da valorização do individualismo e a busca do prazer.
As relações estáveis são sonhos que passamos a alimentar depois de vivermos uma vida de procuras e experimentações sexuais muitas vezes frustrantes e vazias. A busca por parceiros passa a ser mais de companheirismo do que sexual. É quando começamos a questionar o verdadeiro sentido das coisas materiais e físicas.
Estou chegando aos 52 anos de idade e eu penso que numa boa relação, a comunicação passa a ser mais franca, existe identificação com o parceiro e a cumplicidade gera um clima agradável e a guerra dos sexos, ou seja, a busca por parceiros sexuais deixa de ser a prioridade.
Existem outras razões para a manutenção de uma relação, mas fundamentalmente, algumas coisas em comum são importantes: constância, personalidade, afeto, respeito, objetivos mútuos – tudo isso soma para o sucesso.
Cada indivíduo, sendo único, caso tenha interesse encontrará a melhor maneira de se relacionar e manter o relacionamento.
Então, até quando acreditar?
A resposta é subjetiva. Depende da sua maturidade emocional, do que você quer pra sua vida, da consciência de que nada dura pra sempre, seja a tesão ou a juventude, essenciais para o estilo de vida hedonista que muitos gays adotam.
Você é responsável pela sua própria felicidade, e, de acordo com seus objetivos, a relação estável pode ser apenas uma SEGURANÇA, num mundo cada vez mais individualista e egoísta, seja materialmente ou afetivamente.
Caso você tenha um espírito livre e queira aproveitar a vida e sem se amarrar a ninguém, a vida oferece prazeres físicos, com a certeza das desventuras que a solidão pode trazer.
O ser humano tem a natureza para a sobrevivência, portanto, acreditar é um verbo que conjugamos todos os dias.
Quando envelhecemos ficamos descrentes de muitas coisas, mas não podemos deixar de acreditar e de sonhar.


Ser gay é bom!

O prefeito de Berlim Klaus Wowereit, vem ao Brasil em setembro lançar sua autobiografia.‘Eu Sou Gay e Isso é Bom!’, que escreveu na época de sua campanha política para desestimular os tabloides a divulgar fatos não verídicos sobre sua vida sexual.
Wowereit é um dos mais conhecidos políticos alemães a assumir sua homossexualide. Ao sair do armário, antes da eleição de 2001, ele criou a frase “Ich bin schwul und das ist auch gut so!” (“Eu sou gay e isso é bom!”), que tornou-se conhecida nacional e internacionalmente.
Em sua autobiografia, Wowereit declarou que decidiu sair do armário porque sentia que os tablóides alemães estavam averiguando sobre sua vida amorosa. Com sua declaração pública, Wowereit quis dar um passo a frente dos jornais sensacionalistas, prevenindo que estes escrevessem histórias selvagens sobre sua vida privada.
Sua eleição fez de Berlim uma das três grandes cidades européias com um prefeito abertamente homossexual, atrás de Paris e Hamburgo. Anteriormente, a maior cidade do mundo com um prefeito homossexual era Winnipeg, no Canadá.
Wowereit tem 58 anos e está num relacionamento com Jörn Kubicki, um neurocirurgião, de 46 anos.
Um fato interessante e que ainda vou explorar aqui no blog é a tendência dos gays a partir de certa idade procurar relações estáveis e com pouca diferença de idade entre os parceiros.

O conflito de gerações no universo gay

Ontem eu ouvi um gay idoso dizer que os jovens gays não respeitam a discrição e que tudo caminha para a imoralidade.
O universo gay sempre teve conflitos de gerações e o principal deles é a desvalorização dos gays mais velhos pelos mais novos. Alguns estudiosos chamam isso de “gerontofobia”.
Por outro lado o inverso também é verdadeiro e o meu amigo é apenas uma representação de um olhar negativo sobre a geração mais jovem.
Existe aí um conjunto de características morais desqualificadoras.
Os gays mais velhos dizem que os mais jovens são escandalosos, vulgares, promíscuos e muito femininos, mas o que eles esquecem é que o contexto atual está vinculado à liberdade e à vivência da sexualidade de uma forma mais aberta e menos repressora.
Isso tudo é fruto das lutas e conquistas dos movimentos LGBT composto por gays que hoje são maduros e idosos – construímos o futuro para as novas gerações e nos incomodamos com isso?
Os jovens conquistam espaços onde se sentem seguros para expressar seus afetos de maneira pública, sem respeitar a discrição que era parte expressiva de outros contextos restritos vivenciados pelos mais velhos nas décadas passadas.
Aqui o conflito de gerações não está na idade, mas nas preferências, porque os gays mais velhos olham sempre os casais jovens e se esquecem de que muitos jovens gostam de homens mais velhos – Esses jovens tem comportamento discreto e sem afetações, talvez pela própria convivência com os mais velhos.
Os jovens gays que não gostam de gays mais velhos e idosos vivem a plenitude da sua juventude, se relacionam com jovens, vivem no mundo de Peter Pan e acham que a velhice não faz e nem fará parte da sua vida.
Eu sempre gostei de gays mais velhos e hoje na plenitude da maturidade e caminhando para a velhice, eu consigo entender o comportamento dos gays jovens ou idosos e como isso afeta as relações sociais.
Os conflitos sempre existiram e sempre vão existir. Pode até haver falta de respeito à discrição, mas não pode haver a falta de respeito ao ser humano dentro do próprio universo gay.
Data comemorativa:
Hoje, dia 13 de maio comemora-se a Abolição da Escravatura no Brasil. A palavra “abolir” significa acabar, eliminar, extinguir. A escravidão foi oficialmente extinta nesse dia por meio da Lei Áurea. “Áurea”, por sua vez, quer dizer “de ouro”.


Mitos do universo bissexual

O universo bissexual é povoado por mitos acerca de alguns valores tidos como morais.
A virgindade anal e o beijo na boca são condições que o bissexual, principalmente os jovens procuram preservar a qualquer custo. Mas há que se considerar a possibilidade das práticas sexuais serem mais flexíveis e não causar tanto estresse ou conflitos interiores.
A preocupação com a virgindade vai além dos diálogos homoeróticos na hora de negociar o sexo porque o universo masculino como um todo considera a virgindade anal um símbolo de masculinidade própria do macho.
Durante a minha vida eu tive notícias de homens bissexuais casados muito interessados em fazer o papel do passivo na relação com outro homem. Alguns me disseram que tinham sonhos eróticos de penetração, outros indicavam que para fazer sexo com a sua companheira se imaginavam penetrados e isso dava o tesão para complementar o sexo.
Eu tenho que considerar também, que os bissexuais mantem relações com homens e fazem o papel do ativo. Nessa condição o bissexual procura o gay passivo e não gosta de homens com trejeitos que indiquem essa condição. Tem bissexual que é apenas passivo.
Recentemente eu ouvi alguém dizer que o homem bissexual é um “hibrido” do heterossexual e do gay, com elementos próprios de cada um desses personagens.
A sociedade moderna tem as opções sexuais embasadas na DIVERSIDADE. A partir dessas opções é possível conviver bem com todas as formas de prazer e de fazer sexo. Portanto, velhos tabus caem por terra e novos conceitos sobre a sexualidade humana afloram e evoluem para níveis sexuais mais elevados.
Um bissexual me escreveu dizendo que na juventude ele tinha um medo danado de perder a virgindade, mas com o tempo ele foi percebendo que isso não lhe dava privilégios durante o ato sexual e optou por perder a virgindade na próxima relação com outro homem. Hoje mais de 30 anos depois ele vive a plenitude da sua sexualidade e gosta de ser o passivo na relação sexual.
A questão do beijo na boca é mais fácil de desmistificar, porque o beijo é um elemento fundamental para o início de qualquer atividade sexual, seja você heterossexual, bi ou homo.
Os seres humanos são mais felizes quando se realizam sexualmente. A sexualidade não é fixa ou definitiva e está condicionada ao momento presente de cada sociedade e seus valores.
Orientação sexual não se muda. Como já dizia Freud: O homem é um ser bissexual, portanto, com capacidade plena de desejar ambos os sexos, afinal, homens não amam aos pais?


Truques e ilusões dos gays maduros e idosos

Faz algum tempo que este post está nos meus arquivos. Acho que ele esperava o momento certo para ser publicado. Aliás, eu é que esperava o momento certo, porque ele, o post, não tem vontade própria.
Depois da recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou que a união entre pessoas do mesmo sexo deve ser reconhecida como entidade familiar, todo mundo está querendo sair do armário, ou melhor, assumindo suas relações homo afetivas, registrando em cartório, etc. Tudo isso é muito legal, mas ao mesmo tempo em que tudo isso acontece existe um contingente de gays que estão do outro lado da ponte – Os maduros e idosos. – sem nenhuma perspectiva de mudanças.
O meu ponto de vista sobre assumir a homossexualidade é bastante radical. Pra mim não existe essa de sair do armário, porque o que serve para mim pode não servir para você. Sair do armário é legal na juventude, quando você não tem nada a perder, acredita no mundo e ainda tem a vida inteira para sofrer todas as consequências impostas pela sociedade.
Para os gays maduros e os idosos é muito difícil assumir a velhice, imagine então, assumir a homossexualidade!
Sair do armário é coisa de americano – Coming Out of the Closet.
Inclusive, o dia de sair do armário é comemorado nos Estados Unidos há vinte anos. Em terras tupiniquins é novidade, portanto, muito recente para os gays brasileiros e uma utopia para os gays maduros ou idosos.
Quem em sã consciência vai sair do armário aos 50, 60 ou 70 anos? Vale a pena?
Assumir publicamente a homossexualidade é difícil e ninguém informa à população que milhares de jovens gays que estão saindo do armário são expulsos de casa ou sofrem violência psicológica dentro da própria família.
O grande teatro funciona assim: durante a vida nos travestimos de heterossexuais e assumimos posturas que a sociedade espera de nós como homens. O tempo passa e nos acostumamos com nossas interpretações, assimilamos todas as técnicas das artes cênicas e nos tornamos verdadeiros artistas.
Eu comparo o gay com um grande artista atuando diariamente nos palcos dos teatros da vida. As tragédias e comédias do cotidiano são representadas com profissionalismo e magia. Somos mestres na arte do ilusionismo, dos truques e dos disfarces.
Você se lembra quantas vezes você interpretou para os seus parentes, amigos e colegas de trabalho?
Pois é, ao longo dos anos os gays acumulam milhas e milhas de experiência na arte de interpretar, principalmente na arte da ilusão e do disfarce.
O principal disfarce é travestir-se de heterossexual e desse gênero surgem outros personagens comuns.
A principal ilusão é transformar as situações do cotidiano em coisas reais e até nós acreditamos nessas ilusões.
Além de exímios na arte de interpretar somos também experts em desculpas e mentiras. O mundo é uma grande mentira e nossas mentiras são defesas contra uma sociedade hipócrita, ou melhor, uma plateia ávida por interpretações grandiosas e nela a mentira é apenas uma das técnicas das artes cênicas. É um faz-de-contas. Temos também, muitos críticos loucos como os Malafaias e os Bolsonaros da vida.
Quantas vezes você mentiu sobre situações do cotidiano relacionadas com sexo e gênero?
Os gays jovens e tímidos preferem artimanhas que os identifiquem como NERDS, mas não como gays - Outro dia ouvi um rapaz dizer na fila do cinema: Todo NERD é viado!
Também, somos exímios observadores de nós mesmos. Olhamos no espelho e procuramos sinais que nos denuncie como gay e passamos horas e horas corrigindo posturas e gestos.
O nosso cotidiano é recheado de novos personagens que são adicionados à nossa biblioteca de interpretações.
Tente lembrar: Quantas vezes as pessoas perguntaram: Você não tem namorada?
Essa era uma pergunta que te deixava sempre numa “sinuca de bico”, mas você se preparou a vida inteira para ter a resposta na ponta da língua.
Esse foi o seu maior trunfo, ter as respostas na ponta da língua, mais as desculpas e as escapadas da turma da faculdade que insistia em fazer festa no motel. Aqueles gays que aceitaram o desafio foram levados ao sexo frio e sem motivação, apenas para provar que eram homens – Tudo muito vazio e sem sentido.
Na minha adolescência eu gostava de ser o “homem sorvete”. Quando menos se esperava eu simplesmente sumia de cena sem deixar rastros, literalmente, derretia, sumia, “vazava” como dizem os jovens.
Ao final de uma década já não sabemos distinguir se estamos interpretando ou não. Ao final de três décadas não existem muitos rastros da nossa verdadeira personalidade e após cinquenta anos de vida, o nosso verdadeiro EU desapareceu e ai eu posso ser qualquer personagem.
O chefe ou o colega mal humorado no escritório, o vizinho chato, o cara calado nas reuniões sociais, o sujeito que odeia barulho e gritos de crianças ou o idoso que vive sozinho no apartamento ao lado.
O que não percebemos é que o tempo passou e a sociedade se acostumou com nossas magistrais interpretações.
Para os jovens da atualidade, é comum interpretar personagem gay, porque ser gay é sucesso de bilheteria e audiência garantida na TV. Hoje os gays estão interpretando eles mesmos, nos Big Brothers da vida e isso é tão chato e caricato.
Interpretamos durante a vida com brilho e profissionalismo centenas de personagens, todos menos o “gay”.
Mas, então… a velhice chega e você não percebe a transformação de todos os truques e disfarces usados ao longo da sua existência. Aos poucos um único personagem toma conta da sua vida: O homem invisível!
Esse nem mesmo o mestre do ilusionismo David Copperfield consegue superar, porque você se tornou insuperável como ator e se tornou o Rei dos Truques e Disfarces – o Grande Ilusionista.
Muitas pedras ainda vão rolar.
A decisão do Supremo foi apenas o início de um processo de mudanças, porque no Congresso Nacional existem milhares de coisas paradas há mais de 15 anos.
Nesses anos os gays envelheceram, outros morreram, sumiram da face da terra sem ter vivenciado a plenitude da liberdade, da sexualidade e dos seus direitos como cidadãos e seres humanos.
Um triste fim, ao grande ilusionista de nós mesmos!
Enquanto isso….um raio de luz e esperança surge no fundo do palco e a juventude gay não vai mais interpretar os personagens que tão bem conhecemos e finalmente poderá no futuro viver uma velhice digna, sem castrações, sem traumas e sem armários.


Meu marido era gay

Ao mesmo tempo em que lidava com a dor de ter se tornado viúva, após um casamento de 46 anos, a americana Sally Ryder Brady se viu, em 2008, diante de outro desafio: o que fazer com a constatação de que seu marido era homossexual?
Esse é o tema do recém-lançado livro A Box of Darkness da editora St Martin, em que Sally tenta mostrar como tentou fazer as pazes, na viuvez, com as duas vidas de seu marido, Upton.
Em uma delas, o marido era carinhoso, bom pai, divertido, inteligente, erudito, um editor bem-sucedido. Na outra vida, era introspectivo, violento, homofóbico, com tendências ao alcoolismo – e gay.
Em seu site, a autora diz que a jornada ‘agridoce‘ pela qual passou ao redescobrir seu marido atesta os desafios e os prazeres universais do amor duradouro.
A constatação da homossexualidade ocorreu pouco após a morte do marido por causas naturais, em 2008, quando Sally encontrou uma pilha de revistas de nudez masculina em meio aos pertences do falecido.
A cena a levou de volta a 1970, quando, após uma noite de bebedeira, o marido admitiu ter tido relações homossexuais com um velho amigo. Ele atribuiu o ocorrido ao álcool e à ‘negligência’ da esposa, que não estaria lhe dando atenção suficiente.
Pouco depois de fazer a confissão, o marido encerrou a conversa. E nunca mais o casal tocou no assunto.
Será que ela sabia?
Com a descoberta das revistas pornográficas, a questão voltou a atormentar Sally.
Rendeu-se a uma enxurrada de tristeza – primeiro, a tristeza de autopiedade de uma amante enganada; então, a tristeza pelo sexo que compartilharam tão pouco nos últimos 15 anos; finalmente, tristeza pelo marido e pelo grande fardo de seu segredo.
Como eu posso não ter sabido que ele era gay? Ou será que eu sabia?
Pouco se sabia dessa ‘vida secreta’ do marido e ele havia mantido sua homossexualidade em uma existência isolada.
Eram dois mundos com duas realidades, mundos que ele deve ter lutado durante toda a sua vida para manter separado.
@@ Vale conferir.
Fonte: BBC


Alguns remédios para a velhice dos gays

Eu já escrevi muita coisa aqui no blog sobre o envelhecimento dos gays, mas como diz um amigo: Todo dia tem uma coisa nova na nossa vida.
Marcelo é um gay de 50 anos e me confidenciou que no Brasil contemporâneo ser homossexual não é problema, mas ele não tem esperanças de que ainda possa viver uma vida digna na velhice. Disse que não estará vivo daqui a quarenta anos quando acredita que os gays idosos terão direitos e não serão condenados ao esquecimento.
Mesmo superando os preconceitos e ultrapassando dificuldades diárias ele não consegue se imaginar feliz no futuro. O tempo passa, o corpo envelhece e ele já não é mais cobiçado por outros gays, principalmente porque ele gosta de gays da mesma faixa de idade que a sua e os gays mais velhos, invariavelmente preferem os mais jovens.
A principal preocupação do Marcelo é o começo do isolamento social dentro das comunidades gays. Ele já não sai para as baladas, bares, points e já está se sentindo um peixe fora d’água. Ele está percebendo o confinamento nessa fase da vida.
Por alguns anos entre os 43 e os 48 anos de idade ele pensou que fosse uma fase passageira, mas a cada ano ele fica apavorado com as mudanças – Na verdade ele está percebendo a invisibilidade social dos gays na maturidade e acredita que será muito pior na velhice.
Todos os gays idosos sabem o que o Marcelo está passando. É uma fase de conformismo e da constatação de que no futuro a solidão vai se instalar porque ele ficou em silêncio por ser gay e pagará o preço cobrado por uma sociedade hipócrita, inclusive das sociedades homossexuais onde o padrão de beleza e da juventude vale ouro, mas que depois de algumas décadas não vale nada. é lixo! é cacura! é bicha velha!
Esse é um caminho que não tem volta porque ser gay é uma forma de vida que se aprende a cada dia e com muitas dificuldades. Não existe nenhum modo de vida gay pronto, que se encontra em supermercado.
A velhice dos gays ainda carece de pesquisas acadêmicas, bem como, pautas específicas dos movimentos LGBT na consolidação de leis, além de um amplo leque de especializações nas ciências médicas e sociais.
Eu finalizei a minha conversa com o Marcelo e deixei para ele uma ideia utópica, mas idealizada por muitos gays:
“Uma das maneiras de você conviver bem na maturidade e na velhice homossexual é encontrar um companheiro para compartilhar todos os seus dilemas e alegrias, para não ficar só.
Esse companheiro não precisa ser bonito, gostoso, bom de cama, basta ser apenas companheiro e amigo. É importante compartilhar “carinho” e o sexo passa a não ter tanta importância. Não precisa casar, jurar fidelidade sexual, basta ter liberdade e respeitar os limites de cada um – É uma moeda de troca, para não ficar apavorado ou maluco”.
Isso pode ser um dos remédios para combater a solidão e enfrentar a velhice.
Existem milhares de casais gays que vivem juntos há muitos anos e isso ajuda no processo de envelhecimento, porque um companheiro substitui a família que você não formou.
Eu posso até estar errado, mas não deixa de ser uma possibilidade, porque cada um de nós sabe onde é que o “calo” aperta e todos os seres humanos são movidos pelo afeto. O ser humano quer e precisa de carinho.
Existem outros remédios, tais como:
• Assumir a homossexualidade – Este é o mais amargo e mais difícil de digerir, principalmente na maturidade;
• Aceitar o envelhecimento como um processo natural do ser humano e não apenas dos gays – é um presente da vida;
• Trabalhar as questões psicológicas com a ajuda de especialistas;
• Abrir a mente para novas possibilidades que se apresentam nesta fase da vida;
• Incluir-se socialmente – este remédio eu chamo de “xarope para tosse” – Porque quando a gente tá com tosse toma o xarope que passa, entendeu?
E, finalmente, não esperar as leis que protejam os gays idosos, porque você poderá não viver para presenciar essas mudanças. A sua vida é no presente e o envelhecimento acontece diariamente na vida dos gays e particularmente na sua.
Portanto, Marcelo, cada um tem que encontrar os seus caminhos e enfrentar a vida com a cara e a coragem. Não é isso o que os gays fazem todos os dias?
…e vamos à luta!


O mito da monogamia para os gays

Não há como questionar se a monogamia é ou não natural. Não é.
A tradição moral cristã sempre procurou purificar o pênis. Ele não é por natureza um órgão monógamo, desconhece códigos morais e foi criado como um instrumento de procriação, de prazer sexual e que adora a variedade. Apenas a castração elimina a sua tendência para a prostituição, o adultério e a pornografia. A monogamia é um mito perpetuado pela religião e a moral.
Eu acho que é importante separar a monogamia em sexual e emocional. O pinto quer variar, mas o coração não quer dividir. Um é extremamente volúvel e o outro é pertinaz. Um é físico e o outro imaterial. Os gays são possessivos por natureza. A possessão é uma regra da monogamia, que vale somente pra mim e não serve para o meu parceiro.
Eu acredito que todo mundo quer carinho e afeto e se isso dá tesão existe uma grande probabilidade de você ficar monógamo.
Entendeu? Eu acredito que ninguém é monógamo, mas pode FICAR MONOGAMO por um determinado momento da vida.
Nessa condição os gays na maturidade e na velhice ficam monógamos emocionais, porque o tesão diminuiu, não há mais ereção e os níveis de testosterona estão abaixo do nível normal. E aí, o que sobra? A monogamia emocional.
Nessa fase o importante é ter carinho, companhia, alguém para dividir espaços, horas e problemas. Tem gay idoso que abdica do ato sexual para ter um companheiro que cuide dele na velhice. Em contrapartida, o parceiro vai querer sexo e a união estável e monógama passa para uma relação aberta.
Nas relações abertas a monogamia emocional é preservada, desde que os parceiros não mintam sobre suas relações sexuais com outros parceiros.
Exemplos:
• Você pode fazer sexo com outro, mas não pode se apaixonar.
• Vale tudo com o outro, mas não pode beijar na boca.
• Não faça sexo com amigo meu e nem pense em penetração.
Essas permissões para o sexo com outro é a moeda de troca para preservar o relacionamento e a fidelidade emocional.
Os gays maduros e idosos muitas vezes abrem mão da satisfação pessoal em prol do amor pelo parceiro. Dizem até que a monogamia castra o ser humano. Neste sentido, castrar tem a conotação correta, quanto ao órgão sexual.
Eu me lembro de uma pesquisa realizada na Inglaterra onde mais de 75% dos casais gays após cinco anos de relacionamento tornam-se não monógamos.
Isso é assunto pra mais de um post…
Escrevo a seguir algumas situações que chegam a ser cômicas:
• Eu ouço todos os dias gays reclamando que o problema nem é a falta de parceiro para sexo, porque isso ele encontra nas saunas e locais de pegação, mas sim, a falta de parceiro para uma relação com envolvimento emocional. Vai entender…
Os gays defendem o direito ao casamento gay para mostrar aos amigos que está casado… Isso é monogamia social.
• Jurou amor eterno ao parceiro gay, mas caiu em tentação na primeira vez que saiu sozinho para o shopping…
Um dia os gays ficarão monógamos e procurarão um parceiro para enfrentar a velhice por mera questão de sobrevivência…
• Os psicólogos de casais gays convidam para a experimentação da relação aberta, porque a monogamia sexual é incomum. Pimenta no cu dos outros é refresco…
O gay monógamo não admite que seja minoria dentre uma minoria. Mas ele é a minoria da minoria…
• Monogamias que duram longas décadas estão apoiadas em sólida base bioquímica. Se você está nessa condição agradeça à química do seu corpo e não confunda “bioquimica” com “aquela química“.
A poligamia sexual dos gays tem a ver com pinto, bunda ou ambos?
• Se você não é gay monógamo, com certeza você é gay bígamo ou gay polígono, ops..gay polígamo…


Crônica gay de amor e possessão

Eu recebi este texto de um leitor. A narração é interessante porque traz uma das muitas situações dos relacionamentos entre gays maduros e jovens.
Os gays que curtem homens maduros e grisalhos sofrem de dois grandes males – Amor platônico e possessão.
Não adianta ficar no pé do gay maduro, porque quando ele não quer, não tem nada que o demova de suas decisões.
Os mais conservadores discordam, mas os gays maduros que já tiveram relacionamentos complicados preferem apenas parceiros para o sexo.
Eles preferem ter um amigo para um bom papo, do que ter um companheiro com sérios problemas mentais e emocionais. Outros até mudam a faixa de idade e passam a se relacionar com gays mais experientes.
Os românticos discordam, mas os gays maduros são seletivos e escolhem os seus parceiros de uma forma que não haja envolvimento emocional.
É tão comum o gay jovem fazer sexo com o maduro e logo se apaixonar.
Mas quais os motivos dessa louca paixão? Porque se torna possessão?
O objeto do desejo fica adormecido por anos. O gay passa muito tempo da vida idealizando o parceiro ideal, sonhou e teve muitos orgasmos, frustrou-se com relações sexuais eventuais.
A sua cabeça funciona como um liquidificador de desejos: Ele quer um homem carinhoso, gostoso, amoroso e sexualmente ativo, para substituir a figura do pai ausente.
O sexo do gay maduro é muito bom, ele dá carinho e trata o jovem como filho. Eles curtem momentos jamais sonhados pelo mais jovem!
Ele quer apresentar o seu coroa para os amigos que sempre duvidaram do seu potencial, quer desfilar com ele nas praias e locais de socialização. Isso é muito comum na minha cidade.
Outras coisas contribuem para a louca paixão: O grisalho tem aparência física que sobressai entre outros gays maduros, tem estabilidade financeira, tem gosto para se vestir e gosta das coisas boas da vida, tem carro e é independente da família. Pronto, o jovem gay já está amando!
O gay maduro não se apaixona facilmente e avalia o parceiro como um gay que ainda tem muito para aprender. Ele é inseguro, é dependente, tem vícios próprios da idade e não se comporta como os mais velhos gostariam que ele se comportasse. Também, o maduro desconfia que o jovem não é fiel, porque no mundo gay isso é quase utopia. Tem muitos gays maduros inseguros.
Tá tudo muito bom, até aparecer outro melhor em todos os quesitos. O desejo para experimentar outros parceiros gera traição.
Você leitor pode até criticar, mas o amor louco também é consequência da relação sexual. Quando o gay maduro é bom de cama e faz o papel de ativo, o jovem gay se entrega à paixão – existe uma relação emocional com o falo.
Aí, começa uma perseguição para conseguir o parceiro a qualquer custo. Alguns chegam rastejar para ter o seu homem. Outros não dormem, perseguem insistentemente, telefonam, ameaçam, diz que vai se matar e coisas desse tipo.
Essa doença se agrava quando o gay maduro não cede e a situação vira um redemoinho de situações constrangedoras e ameaçadoras. Eu não tenho notícias de mortes decorrentes dessas ameaças, mas já ouvi falar de crimes passionais entre gays.
O que acontece ao jovem gay é a falta de amor próprio, experiências de vida, principalmente sexual e a conscientização de que nada é eterno.
A doença do amor platônico dura apenas o tempo de aparecer outro gay maduro melhor ou com as mesmas características do anterior. Aí a posssessão desaparece!
Existem amores possíveis, mas não se esqueça de que todo amor um dia chega ao fim.

6 comentários:

  1. Ola, na verdade nao é um comentario, é apenas uma pessoa de bem, independente, a procura de alguem interessante que seja independente tambem. gosto coroas dessa idade, eu tenho 40 anos, 180m, 95 kgs, olhos e cabelos castanho, ativo, bom dote afim de conhecer coroas com idade acima dos 50 anos para mais, meu email e rogildias2011@hotmail.com, aguardo contato...

    ResponderEliminar
  2. Olá tenho 39 anos, moreno, 1,90,110kg,olhos castanhos e sempre gostei de maduros..meu email é sulu397@gmail.com entre em contato.moro no rio de janeiro,mas posso viajar se for preciso.

    ResponderEliminar
  3. tudo que vc falou é a mais pura verdade. tenho 64, e sou um homem invisível. Escolho demais, e fico sempre só. tenho medo de me relacionar com pessoas mais jovens. Os gays de minha idade de minha faixa querem os mais novos, e também ficam sozinhos. ou seja escolhemos e ficamos apenas só.
    nfab1952@gmail.com de Recife.

    ResponderEliminar
  4. Sou maduro 63 anos, versatil dou e como (18x6 ) discreto de balneario camboriu sc . Costumo ir de vez em quando a Curitiba e sampa capital . Quero sexo entre 4 paredes com machos discretos e sem envolvimento emocional e sem envolvimento financeiro . Adoro sexo DP, Piss . fist e outras brincadeiras . Vou a sampa em julho . zemarisil@bol.com.br ( email ) e zemarisil1@hotmail.com ( skype) Cemario 63 sc aberto a todas as possibildidades de sexo

    ResponderEliminar
  5. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar